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domingo, 25 de setembro de 2022

Os Attolico Trivulzio poderiam ser os verdadeiros Príncipes de Mesolcina?




A grande curiosidade gerada pela Alta Nobreza faz, em tempos modernos, onde a pesquisa online praticamente substituiu a pesquisa acadêmica, gerar sérias dúvidas mesmo em pessoas bem intencionadas, mas principalmente quando são manobradas por pessoas nem tão bem intencionadas assim... desta forma, ao pesquisar na internet pelo nome das pessoas que poderiam compor a Casa Principesca e Ducal de Mesolcina, o nome Trivulzio-Galli, ou mesmo apenas Trivulzio, chegamos há uma série enorme de artigos na internet, que vão desde artigos sobre as antigas casas de moedas do antigo Principado de Mesolcina, até mesmo ramos bastardos da extinta Casa Trivulzio. Assim, quem pesquisa e chega a nomes como Gian Giacomo Attolico Trivulzio poderia pensar: não seria este o herdeiro de melhor direito ao Principado de Mesolcina do que Sua Alteza Magnífica e Sereníssima o Príncipe Don Andrea III Gian Giacomo Gonzaga Trivulzio-Galli, Duque e 18º Príncipe de Mesolcina?

E é importante frisarmos EXTINTA Casa Trivulzio... mas então, não existe mais nenhum membro da Casa Trivulzio? A resposta pode parecer decepcionante para muitos, mas a resposta é NÃO, a Casa Trivulzio extinguiu-se em sua linhagem Masculina e Legítima com a morte, sem herdeiros masculinos, do Príncipe Don Antonio VI Trivulzio, 3º Príncipe Imperial de Mesolcina (título este Imperial concedido em 17 de setembro de 1622) e 9º Príncipe de Mesolcina e Par de França (título este não Imperial, mas francês, concedido em 1499). 

Por este motivo, o Príncipe Don Antonio VI Trivulzio, filho único que era do Príncipe Don Ercole I Trivulzio, 2º Príncipe Imperial de Mesolcina e 8º Príncipe de Mesolcina e Par de França, decide adotar como seus sucessores dinásticos aos filhos de sua tia, a Princesa Donna Ottavia Trivulzio de Mesolcina, irmã mais velha de seu pai, filha que era do Príncipe Don Gian Giacomo Teodoro II Trivulzio e de sua esposa a Princesa Donna Giovanna Grimaldi do Mônaco. 

A Princesa Donna Ottavia Trivulzio de Mesolcina era casada com o Príncipe Capetiano Don Tolomeo III Galli, 4º Conde-Duque d'Alvito, e desde casamento nasceram, entre outros, os Príncipes Don Francesco e Don Antonio Gaetano, Duques de Alvito-Mons, declarados herdeiros universais de seu primo-irmão, o supracitado Príncipe Don Antonio VI Trivulzio, com a condição de que assumissem o nome Trivulzio e seu brasão d'Armas.

Este processo de adoção dos Duques de Alvito-Mons como herdeiros, não apenas de Nomes e Armas, mas de um Principado Soberano dentro do Sacro Império Romano-Germânico precisava, necessariamente, da concordância do Sacro Imperador, ainda mais levando em consideração a origem Capetiana da Casa de Galli d'Alvito, descendentes diretos que eram dos Reis de França através do ramo dos Condes de Dreux. 


Pequenas Armas da Casa Principesca de Gonzaga Trivulzio-Galli, no I da Varonia Capetiana de Dreux moderno, no II de Trivulzio, no III d'Alvito, e em escudete oval, o Sagrado Coração de Jesus e sobre ele o Imaculado Coração de Maria.



Com o falecimento, em 1678 do Príncipe Don Antonio VI Trivulzio, extinguiu-se o último ramo masculino legítimo da Casa Trivulzio, restando, contudo, ramos bastardos. O testamento do último Príncipe Trivulzio foi levado então para o julgamento do Sacro Imperador Leopoldo I, que em 1681, por meio da chamada Bula de Ferro reconheceu como válidas as disposições testamentárias do falecido Príncipe Don Antonio VI Trivulzio, e cria oficialmente a Casa de Trivulzio-Galli, do Sangue Capetiano, como uma Casa Principesca do Sacro Império Romano, com Soberania Imediata sobre o território do Principado de Mesolcina.

Todavia, insatisfeitos com esta disposição do falecido Príncipe Don Antonio VI Trivulzio, Alessandro Teodoro Trivulzio, Marquês de Sesto Ulteriano, entra com um processo junto ao Senado do Ducado de Milão, visando reverter a Bula Imperial, e obter para si os Direitos Sucessórios da Casa de Trivulzio de Mesolcina.

Mas quem era Alessandro Teodoro Trivulzio? Se ele era um autêntico Trivulzio, não teria ele melhor direito aos títulos da Casa de Mesolcina do que os Capetianos Trivulzio-Galli? A resposta é não, por motivo muito simples: Alessandro Teodoro nasceu sem o sobrenome Trivulzio, era filho de Giorgio Teodoro, filho por sua vez de Paolo Alessandro, que era alegadamente um dos filhos bastardos de Don Gian Giacomo Teodoro I Trivulzio, Conde de Melzo.  

Este filho bastardo do Conde de Melzo buscou, mas nunca foi reconhecido por seu suposto pai, morrendo em 1589 sem nunca ter obtido o reconhecimento paterno nem o sobrenome Trivulzio. Seu filho, Giorgio Teodoro, buscou o reconhecimento nunca obtido por seu pai após a morte deste e de Don Gian Giacomo Teodoro I de Melzo, contudo, nunca o obteve da parte do Chefe da Casa de Mesolcina, à época o Príncipe Don Carlo Emanuele I Teodoro Trivulzio; buscou assim Giorgio Teodoro ser reconhecido por uma potência estrangeira, obtendo o reconhecimento da parte do Rei da Espanha que lhe concede, ex novo (ou seja, sem conseguir ligação com a original Casa Trivulzio, se lhe concedia o nome Trivulzio de modo novo) junto com o título de Conde de Sesto Ulteriano.

Brasão dos Marqueses de Sesto Ulteriano: Armas pequenas de Trivulzio, com a contra-banda de goles, em sinal de bastadia



Nascia assim o ramo dos "Trivulzio di Sesto Ulteriano", que após a morte de Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Don Antonio VI Trivulzio buscaria conseguir, por meio de um processo judicial junto ao Ducado de Milão os direitos da Casa de Mesolcina.

Todavia o Senado do Ducado de Milão, aceitando a solicitação judicial dos Marqueses de Sesto Ulteriano lhes negou seu pedido e os condenou ao pagamento das custas judiciais, baseando sua sentença nos seguintes pontos, já exposto na Bula de Ferro da Sacro Imperador Leopoldo I:

1: O último homem da família Trivulzio, nascido de casamento legítimo foi o Príncipe Don Antonio VI Trivulzio; com sua morte, em 1678 extinguiu-se completamente todos os ramos legítimos da Casa Trivulzio, não sendo possível aos ramos bastardos sucederem em direitos.

2: Os Sesto Ulteriano, ditos "Trivulzio" por decreto de um rei estrangeiro, seriam descendentes bastardos de Don Gian Giacomo Teodoro I Trivulzio, Conde de Melzo, não descendendo assim de Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Don Gian Giacomo Teodoro II Trivulzio, criado 1º Príncipe Imperial de Mesolcina pela chamada Bula Dourada do Sacro Imperador Fernando II de Habsburgo, de 17 de setembro de 1622, e como os títulos imperiais apenas poderiam ser herdados pelos descendentes legítimos do primeiro titular, os Trivulzio de Sesto Ulteriano jamais poderiam herdar os direitos ao Principado Soberano de Mesolcina;

E é importante frisarmos este ponto: os Trivulzio di Sesto Ulteriano não descendem do 1º Príncipe Imperial e Duque de Mesolcina, por isso jamais poderiam herdar-lhe os direitos; bem como, eram apenas descendentes de um suposto filho bastardo do Conde de Melzo, avô do 1º Príncipe e Duque de Mesolcina, e bastardos jamais herdaram no Sacro Império Romano.

3: Como o Principado-Ducado de Mesolcina gozava de Imediatismo Imperial, sendo assim um Estado Soberano dentro do Sacro Império Romano-Germânico, o decreto do Rei da Espanha que deu o sobrenome "Trivulzio" a Giorgio Teodoro, Conde de Sesto Ulteriano, não obrigava aos Duques Soberanos de Mesolcina, que jamais admitiram este ramo ilegítimo como parte da Principesca e Ducal de Mesolcina.

4: Ainda dentro do direito de Soberania dos Principados Imediatos do Sacro Império Romano, em caso da morte sem herdeiros de um Príncipe, cabia a este nomear seu herdeiro, desde que esta nomeação fosse aceita pelo Sacro Imperador, o que se deu com a nomeação dos Trivulzio-Galli pelo Duque e Príncipe Don Antonio VI Trivulzio em 1678, e a aprovação por parte do Sacro Imperador Leopoldo I em 1681.

5: Como os Príncipes do Sangue Capetiano Don Francesco Gonzaga Trivulzio-Galli, Duque de Alvito-Mons e seu irmão Don Antonio Gaetano Gonzaga Trivulzio-Galli, Duque de Alvito-Mons eram netos de Sua Alteza Sereníssima o Duque e Príncipe Don Gian Giacomo Teodoro II Gonzaga Trivulzio e de sua esposa a Princesa Donna Giovanna Grimaldi do Mônaco, por meio de sua filha mais velha a Princesa Donna Ottavia Gonzaga Trivulzio, casada com o Príncipe Capetiano Don Tolomeo III Galli, 4º Conde-Duque d'Alvito, e pela extinção dos machos legítimos descendentes do dito Duque e Príncipe Don Gian Giacomo Teodoro II Gonzaga Trivulzio, os Duques d'Alvito-Mons tornaram-se os herdeiros de melhor direito, e desta forma foram adotados pelo último Príncipe Trivulzio, e adotaram o nome e o brasão d'Armas da Casa Trivulzio, assim tornando-se os únicos herdeiros da Soberana Casa Principesca de Trivulzio de Mesolcina, que a partir da Bula de Ferro passava a ser conhecida como Casa Principesca e Ducal de Trivulzio-Galli de Mesolcina.

Diante desta contundente sentença Alessandro Teodoro Trivulzio, Marquês de Sesto Ulteriano, condenado a pagar os custos do processo, bem como seus descendentes, buscaram sempre manter uma melhor relação com os Gonzaga Trivulzio-Galli, Príncipes e Duques de Mesolcina, contudo, jamais foram admitidos como parte da Casa de Mesolcina, afinal, a origem bastarda de seu ramo, como de outros ramos bastardos da família Trivulzio que ainda existem, jamais poderá ser sanada. 

Os Marqueses de Sesto Ulteriano chegaram a obter, por parte do Rei da Itália Umberto I o título de Príncipes de Musocco (não confundir Musocco, uma região histórica de Milão, com Mesocco, Capital do Principado de Mesolcina), mas não obtiveram o tratamento de Alteza, apenas o de Excelência, sendo este título concedido em 1885.

Mas, pessoas privadas de boa-fé, mesmo diante da Bula Imperial do Sacro Imperador Leopoldo I, bem como da Sentença do Ducado de Milão, mesmo assim poderiam tentar arguir que a concessão, por parte do Rei da Itália, do título de Príncipes aos Trivulzio de Sesto Ulteriano fariam deles possíveis pretendentes ao Trono de Mesolcina, e que portanto, Sua Alteza Magnífica e Sereníssima o Príncipe Don Andrea III Trivulzio-Galli, Duque de Mesolcina (Que tem por nome de Batismo Príncipe Don Andrea Federico Albert Gian Giacomo Teodoro Pio Valente Giuseppe Maria Paolo Gonzaga Farnese Gonzaga Trivulzio-Galli Prinz und Herzog von Mesolcina, Herzog von Alvito, conforme pode ser comprovado pelo Assento de Batismo registrado no Livro nº 47, da Paróquia N.S. Aparecida, página 07, frente, Registro nº 51, de 26/05/1990 livro este que encontra-se no Arquivo do Bispado de Frederico Westphalen-RS, onde está disponível a pública pesquisa), temos apenas uma última informação que lhes servirá como um autêntico balde d'água fria:

OS TRIVULZIO DI SESTO ULTERIANO FORAM EXTINTOS NO ANO DE 1978!

Conde Gian Giacomo Attolico "Trivulzio" diante dos arquivos dos Trivulzio de Sesto Ulteriano, que herdou do último Trivulzio de Sesto Ulteriano, falecido em 1978



Sim, você que tentou pesquisar quem era Gian Giacomo Attolico Trivulzio, e viu que o mesmo nasceu no ano de 1951, e assim pensou que poderiam ter localizado "um Trivulzio" para tentar fazer frente aos Direitos Dinásticos da Casa Principesca de Trivulzio-Galli, deveria ter atentado-se ao fato de que:

O último Trivulzio masculino do ramo bastardo e não dinástico dos Marqueses de Sesto Ulteriano foi Gian Giacomo Trivulzio, III Príncipe de Musocco, X Marquês de Sesto Ulteriano, e este faleceu sem descendência masculina em 1978.

Como o título de Príncipe de Musocco era um título de criação sabauda, apenas poderia ser herdado por via masculina, bem como o título de Marquês de Sesto Ulteriano, que apesar de originalmente ter sido criado pelo Rei da Espanha, como Conde de Sesto Ulteriano, foi nacionalizado italiano, a pedido dos próprios Marqueses, em 1870, e passou assim a ser herdado da mesma forma que os títulos sabaudos. 

A única filha do último Trivulzio de Sesto Ulteriano foi Luisa Alberica Trivulzio, que casou-se com Lorenzo Attolico, II Conde de Adelfia, e deste casamento nasceu Gian Giacomo Attolico Trivulzio, III Conde de Adelfia.

Brasão de Armas dos Attolico "Trivulzio", Condes de Adelfia, no primeiro de Attolico, de prata com uma água estendida de sable, tendo em chefe três estrelas cozidas, e no segundo de Trivulzio de Sesto Uteriano



Como o último Trivulzio di Sesto Ulteriano morreu em 1978, após o fim da Monarquia na Itália, a única alternativa para a renovação do título do extinto ramo dos Trivulzio de Sesto Ulteriano nos Attolico de Adelfia teria sido por meio de um decreto do deposto Rei Umberto II, que mesmo no exílio continuava a conceder e validar títulos, todavia, isso nunca ocorreu, falecendo o Rei em 1983, sem conceder a renovação dos títulos de Príncipe de Musocco e Marquês de Sesto Ulteriano a Gian Giacomo Attolico, extinguindo assim a única possibilidade dos Attolico herdarem os títulos de Marqueses de Sesto Ulteriano e Príncipes de Musocco. Assim, o fato de Gian Giacomo Attolico Trivulzio levar no nome o apelido dos Trivulzio não faz dele um Trivulzio, ele é apenas um Attolico, e isto jamais poderá ser mudado... já que é filho de Lorenzo Attolico!

Todavia, Sua Alteza Magnífica e Sereníssima o Príncipe Don Andrea III Gonzaga Trivulzio-Galli, XVIII Duque e Príncipe de Mesolcina busca sempre manter um bom relacionamento com o Conde de Adelfia, uma vez que este busca esforça-se ao máximo para manter a cultura da extinta família Trivulzio, mantendo um site na internet, e dando palestras em Milão, como uma grande homenagem a sua falecida mãe Luisa Alberica. 

Não há hoje, como jamais houve, qualquer desentendimento entre Sua Alteza Magnífica e Sereníssima o Duque e Príncipe Don Andrea III Gian Giacomo Gonzaga Trivulzio-Galli e o Conde Gian Giacomo Attolico Trivulzio: cada um deles reconhece a importância do trabalho pela preservação da memória da extinta Casa de Trivulzio que cada um faz, e sobre tudo, o Conde de Adelfia tem plena noção de que apenas 3 Gonzaga Trivulzio reinaram como Príncipes e Duques de Mesolcina, enquanto 15 Gonzaga Trivulzio-Galli reinaram como Príncipes e Duques de Mesolcina ou foram Pretendentes ao Principado e Ducado de Mesolcina.

Sua Alteza Magnífica e Sereníssima o Príncipe Don Andrea III Gonzaga Trivulzio-Galli, Duque e XVIII Príncipe de Mesolcina, lê o ato de Consagração do Principado de Mesolcina ao Sagrado Coração de Jesus por meio do Imaculado Coração de Maria, ladeado pelos Cavaleiros da Ordem Religiosa-Militar de Santa Maria Gloriosa, sendo que o VIII Conde de Rubbiano segura a Bandeira do antigo Principado de Mesolcina.



Para aqueles que buscam que haja algum mal estar entre Sua Alteza o Príncipe e Duque de Mesolcina e o Conde de Adelfia, devem pensar que é uma situação semelhante ao que ocorre na Casa Imperial do Brasil: apesar de Dom Pedro I e Dom Pedro II terem sido Bragança, a Casa de Bragança extinguiu-se no Brasil com a morte de Dom Pedro II, sendo que hoje os pretendentes ao Trono Imperial do Brasil são os Orléans-Bragança. Pesquisar na internet por alguém com o sobrenome de "Bragança" e tentar o colocar como um possível "pretendente" ao Trono Imperial, no lugar dos Orléans-Bragança é a mesma tolice do que tentar que um Attolico Trivulzio seja pretendente ao Trono do Principado de Mesolcina no lugar do Chefe da Casa Principesca de Trivulzio-Galli.

Para falar com Sua Alteza Sereníssima o Príncipe e Duque de Mesolcina, envie e-mail para o Secretariado Privado do Príncipe, através do e-mail mesolcina.it@gmail.com