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sábado, 13 de julho de 2024

Papa Bento VI Trivulzio

 


Papa Bento VI Trivulzio, nascido Benedetto Teodoro, Conde de Trivulzio. Existem dúvidas sobre sua data de nascimento, sendo filho do Conde D. Hildebrand Teodoro Trivulzio, chamado de "O Germânico" (929-974), e de sua esposa Conradina da Saxônia, filha (possivelmente ilegítima) de Liudolf da Saxônia, Duque da Suábia.

 

Apesar de muitos erros sobre a identificação do Papa Bento VI Trivulzio, e alguns erros verdadeiramente grosseiros, como o da Wikipedia brasileira, que errando ao traduzir as crônicas do biógrafo Ricobardi di Ferrara, afirma que era o Papa Bento VI quem teria se chamado "Ricobadi di Ferrara", sendo que Ricobardi, como sabemos, viveu quase três séculos após a morte do Papa Trivulzio...

 

O pai de Bento VI Trivulzio, o Conde Hildebrand, filho mais velho de D. Ascânio I, primeiro Conde de Trivulzio, chamado de "O Longevo" (900 a 980), e, falecendo antes do pai, não sucedeu como II Conde de Trivulzio. O casamento de Hildebrand Trivulzio com sua prima Conradina da Saxônia (sendo ambos descendentes diretos do Imperador Henrique I, chamado de "O Passarinheiro"), aumentou a germanização deste, ao ponto de seu filho, Bento VI, ser por vezes dito como "germânico", como seu pai.

 

Antes de sua Eleição a Sé Petrina, Bento VI foi o Cardeal-Diácono da Diaconia de San Teodoro em Roma, e parece mesmo ter vivido com grande simplicidade e humildade de espírito, sendo considerado mesmo que levava uma vida eremítica, mesmo sendo Cardeal.

 

 

Brasão, desenhado com os padrões atuais, representando as Armas do Papa Bento VI Trivulzio

 

Muito pouco sabemos sobre o reinado do Papa Bento VI Trivulzio, apenas que foi Eleito para o Trono de Pedro após a morte do Papa João XIII (ou seja, em setembro de 972), porém Bento VI esperou pela Confirmação Imperial de sua Eleição pelo Sacro Imperador Otto I, dito "O Grande". Essa atitude valeu contra o Papa Bento VI Trivulzio a antipatia da nobreza romana, em especial de Crescenzio di Theodora, ancestral da família Crescenzi, que ansiava por ter um papa mais distante dos Imperadores. Mesmo assim, em 19 de janeiro de 973, após a Confirmação Imperial, Bento VI Trivulzio foi Consagrado e Coroado como o 134° Bispo de Roma e Papa da Santa Igreja Católica.

 

As Bulas assinadas por Sua Santidade o Papa Bento VI Trivulzio foram em sua maioria para confirmações de Privilégios de Mosteiros e Igrejas. A política eclesiástica de Bento VI Trivulzio seguiu os mesmos caminhos das elaboradas por seus predecessores Leão VIII e João XIII.

 

Em 7 de maio de 973, O Sacro Imperador Otto I morreu, e os romanos, que haviam tolerado mal a presença de outro papa imposto pelo Imperador, renovaram sua indignação com a influência imperial. Já no momento da nomeação a muito poderosa família Crescenzi, chefiada por Crescenzio, tinha apoiado vigorosamente um dos seus candidatos, Francone filho de Ferruccio. Durante mais de um ano a situação permaneceu tensa, mas em junho de 974, aproveitando o fato do novo Sacro Imperador Otto II estar ocupado em reprimir a turbulência interna na Alemanha, eclodiu uma insurreição em Roma que levou à captura e prisão do Papa Benedetto VI Trivulzio no Castel Sant'Angelo. Crescentius colocou Francone (como antipapa) no trono papal no lugar de Bento, com o nome de Bonifácio VII e logo o próprio Bento VI Trivulzio foi estrangulado na prisão por um padre chamado Stefano (que atuou como "longo braço" do antipapa Bonifácio VII), porém existe a possibilidade de Bento VI ter sido assassinado pelo próprio antipapa Bonifácio VII. O Anuário Pontifício tende a indicar o mês de julho como a data do fim do papado, devido à incerteza que cerca o destino do pontífice.

 

Litografia moderna, provavelmente do século XVIII, do Papa Bento VI Trivulzio, com o brasão d'Armas da Família Trivulzio acima do Pontífice

 

Apesar da aversão inicial do povo romano ao Papa Bento VI, o seu assassinato desencadeou o horror e a reação do povo, obrigando Franco a fugir para Constantinopla (em julho de 974) onde também levou o tesouro da Igreja, para o grande satisfação do Patriarca, enquanto Crescenzio teve que se retirar para um convento. Não há evidências de que tenha retornado à vida externa até sua morte, ocorrida no convento de Sant'Alessio em 984.

 

A história da Casa Trivulzio, entre os séculos XII e XVII fez um profundo silêncio sobre a existência de Bento VI, não sabemos o motivo para isso; muito provavelmente o fato da família Crescenzi ter aumentado em importância na política romana, ou, quem sabe a ligação entre o Papa Bento VI Trivulzio e o partido pró-império possivelmente dificultar que possíveis Cardeais da Casa Trivulzio fossem novamente Eleitos para o Trono de São Pedro (o que realmente não mais ocorreu até nossos dias). Todavia, hoje a Casa de Trivulzio relembra esse seu personagem histórico com muito orgulho.

 

Mesmo sem ter tido tempo de nomear qualquer Cardeal, após o Papa Bento VI Trivulzio surgiu uma grande tradição eclesiástica na Casa Trivulziana, tendo essa tido nada menos que seis Cardeais, sendo eles:

Cardeal Agostino I, Conde de Trivulzio, Arcebispo de Reggio e Bispo de Turim

Cardeal Antonio III, Conde de Trivulzio

Cardeal Scaramuccia I, Conde de Trivulzio e Conde de Melzo, Bispo de Como

Cardeal Scaramuccia II, Conde de Trivulzio, Bispo de Piacenza

Cardeal Antonio V, Conde de Trivulzio, Bispo de Toulon

Cardeal Giangiacomo Teodoro II, Príncipe e Duque de Mesolcina

 

sábado, 22 de junho de 2024

Site oficial da Principesca e Ducal Casa de Gonzaga Trivulzio Galli de Mesolcina


 Fiéis Leitores do Corriere della Mesolcina, convidamos a todos para que acompanhem as novidades da Casa Principesca e Ducal de Mesolcina, através de seu site oficial:


www.trivulziogalli.com


Lá vocês poderão acompanhar as notícias oficiais de meu Secretariado, na secção News, ou minhas mensagens na secção Voz do Príncipe.


Também poderão ler sobre a história de minha Família, que Foi Soberana primeiramente sobre o Condado de Trivulzio, desde o ano 920, depois sobre numerosos Feudos, como o Principado de Mesolcina, desde 1480, o Condado-Ducado d'Alvito, desde 1595, e tantos outros Feudos e Estados.


Muito atenciosamente,


S.A.S. o Príncipe Don Andrea Gian Giacomo Gonzaga Trivulzio Galli, 18º Duque de Mesolcina, Príncipe de Mesocco e do Sacro Império Romano, 21º Conde-Duque d'Alvito.  

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Sobre o título de Duque d'Alvito/ Sul titolo di Duca d'Alvito


Fiés Leitores do Corriere della Mesolcina, hoje gostaria de falar-lhes sobre um dos mais importantes e emblemáticos títulos de minha família: o de Conde-Duque d'Alvito.


O Condado d'Alvito foi criado em XIII em favor da família Cantelmo, família francesa, de suposta origem escocesa, estabelecida no Reino de Nápoles. O primeiro Conde d'Alvito foi Menappo I Cantelmo, de modo que o título de Conde d'Alvito foi criado no Pariato do Reino de Nápoles. O Condado d'Alvito permaneceu em hereditariedade na família Cantelmo até a morte de D. Pietro II Cantelmo, 8º Conde d'Alvito, quando o Feudo foi concedido a Goffredo Borgia, 9º Conde d'Alvito (filho natural, legitimado, do Papa Alexandre VI). Goffredo Borgia recebe Alvito do Rei da Nápoles, pelo seu casamento com Sancia de Aragão, Princesa de Nápoles, tanto que perde o direito ao mesmo com a morte da esposa.


Na sequência, o Condado d'Alvito é entregue a Don Pedro Navarro, El Salteador, dessa vez empossado pelo Rei Católico Fernando II, Rei de Aragão e de Nápoles. O título é assim novamente criado, em 1507, como um título no Pariato do Reino de Aragão


Pedro Navarro permanece pouco tempo como Conde d'Alvito, apenas entre 1507 a 1515, pois foi privado de seu Feudo por traição ao Rei. Na sequência, o Condado d'Alvito tanto os títulos de criação nos Pariatos de Nápoles e de Aragão (já agora dois títulos, passados juntos) é entregue à família Folch de Cardona, na pessoa de Raimundo Folch de Cardona-Anglesola, 11º Conde d'Alvito, Duque de Somma Bellpuig (no Pariato do Reino de Aragão), Barão de Bellpuig. O Condado d'Alvito permanece na família Folch de Cardona por quatro gerações. Em 1592 D. Antonio Folch de Cardona-Anglesola, 14º Conde d'Alvito, vende seus direitos Feudais a D. Matteo Taverna, Príncipe de Conca, 15º Conde d'Alvito (nos Pariatos de Nápoles e Aragão), que foi Conde por apenas três anos, pois em 1595 decide vender seu Feudo para Sua Alteza Sereníssima o Príncipe do Sangue D. Tolomeo I Galli (Dreux), Cardeal da Santa Madre Igreja.


Brasão dos Galli, da Varonia de Dreux-Beu, da Raça dos Reis da França, Condes-Duques d'Alvito, depois Príncipes e Duques de Mesolcina, por herança da Casa de Gonzaga Trivulzio


O Príncipe D. Tolomeo, Cardeal de Galli, pede ao Rei Felipe II de Espanha, que o confirme como 16º Conde d'Alvito, que o Rei Católico concorda, tanto passando o título de criação napolitana como o de criação aragonesa, e criando o título de Conde d'Alvito agora no novo Pariato do Reino da Espanha. Como pode-se ver, o Feudo d'Alvito, e seu título Condal, foram assim criados por diversos Reis, em três Pariatos diferentes, o Pariato do Reino de Nápoles, o Pariato do Reino de Aragão, e finalmente, o Parito do Reino da Espanha. Todavia, pelos serviços prestados pelo Cardeal-Príncipe Don Tolomeo I Galli à Monarquia Católica, o Rei Felipe III da Espanha concede ao mesmo o título de DUQUE D'ALVITO, título criado no Pariato do Reino da Espanha em 1596. Por ser o primeiro titular um Cardeal, o mesmo legou seu título, em testamento, a seu sobrinho, o Príncipe Don Tolomeo II Galli, Príncipe de Molise e de Sannio. 


Como Alvito era verdadeiramente uma entidade Feudal, o Condado d'Alvito foi preservado, tendo fronteiras quase que idênticas ao novo Ducado d'Alvito, e por esse mesmo motivo, foi decidido que seu Senhor Feudal levaria o título de Conde-Duque d'Alvito, por uma Decisão do Rei Felipe III de Espanha, em 1606, confirmando assim que o título ducal estava na Nobreza espanhola, e não então na napolitana. 


Pintura de Sua Alteza o Príncipe Don Tolomeo III Galli e Borromeo, 4º Conde-Duque d'Alvito e sua esposa, D. Ottavia Gonzaga Trivulzio e Grimaldi, Princesa de Mesolcina


Em 1713 o Reino de Nápoles passou do Rei da Espanha para o Sacro Imperador, em consequência dos Tratados de Utrecht. O Sacro Imperador Carlos VI recria o título de Duque d'Alvito, dessa vez como um título da Nobreza do Sacro Império Romano, concedendo o tratamento de Alteza Ducal ao Duque d'Alvito (Herzog von Alvito) Don Tolomeo IV Gonzaga Trivulzio Galli, 6º Duque e 21º Conde d'Alvito. O Sacro Imperador também criou o título subsidiário de Duque de Galli-Alvito, a ser herdado por toda a descendência masculina dos Duques d'Alvito, com o tratamento de Alteza.


Com a conquista dos Reinos de Nápoles e da Sicília pelo Infante D. Carlos de Bourbon-Espanha em 1738 (mais tarde Carlos III da Espanha), que assim tornou-se o Rei Carlo de Nápoles e da Sicília, o título de Duque d'Alvito, criado como um título no Pariato da Espanha, em 1596, depois criado novamente como o título do Sacro Império Romano-Germânico, em 1713, agora é novamente criado como um título no Pariato do Reino de Nápoles, em 1740, em favor de Don Francesco III Gonzaga Trivulzio Galli, 7º Duque e 22º Conde d'Alvito. 


Como sabemos, o Reino de Nápoles e da Sicília foram reunidos e criado o Reino das Duas Sicílias, em 1816, criando-se assim um novo Pariato, o Pariato do Reino das Duas Sicílias, todavia, mantendo os dois pariatos anteriores, o Pariato de Nápoles e o Pariato da Sicília, para a Nobreza criada nesses dois Reinos, antes de 1816. 


Príncipe Don Tolomeo II Galli e Valle, 2º Conde-Duque d'Alvito


Em 1861 o Reino das Duas Sicílias foi conquistado a força de armas, e unido de modo bastante ilegal ao Reino da Sardenha, para criado o Reino da Itália, que teria em seu Trono monarcas da Casa de Savoia. Neste período, era o 30º Conde e 15º Duque d'Alvito, Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Don Angelo I Gonzaga Trivulzio Galli, Príncipe do Sacro Império Romano, Duque e Príncipe de Mesolcina e do Sacro Império, Príncipe de Mesocco, que vivendo em Viena, permaneceu leal a Imperial Casa de Habsburgo, não reconhecendo a união forçada do Reino das Duas Sicílias ao Reino da Sardenha, para a criação do novo Reino da Itália.


Os Reis da Casa de Savoia passaram a recriar os títulos da Nobreza das terras conquistadas, cujos detentores não fossem apoiadores de sua causa, e os conceder a outras famílias, que tenham demonstrado "lealdade" aos novos Reis. A família Vera d'Aragona, legitimamente Príncipes de Caposele, título esse de criação sabauda, em 1899, receberam do Rei da Itália um título novo, o de Duques d'Alvito, no Pariato do Reino da Itália, título novo, criado em 1899.


Todavia, como os Reis da Casa de Savoia não possuem jurisdição sobre a Espanha, o título de Duque d'Alvito, criado em favor da Casa de Galli, no Pariato do Reino da Espanha, em 1596 e confirmado em 1606 naquele mesmo Pariato, bem como a concessão no Sacro Império, em 1713, bem como a nova criação do título de Duque d'Alvito, agora no Pariato do Reino de Nápoles, em 1740, permanecem válidas, e hereditárias na Casa de Gonzaga Trivulzio Galli, que nunca aceitou a criação do título em favor da família Vera d'Aragona, e nisso, foi auxiliado por Sua Alteza Real o Príncipe D. Alfonso de Bourbon-Duas Sicílias, Conde de Caserta, Chefe da Casa Real das Duas Sicílias, que enviou um protesto a Corte Sabauda pela nova criação do título de Duque d'Alvito, em 1904, pois considerou ilegal a criação de um novo título, com o predicado Alvito, enquando a Casa de Gonzaga Trivulzio Galli, detentora de dito predicado, continuava a existir.


O Príncipe e Cardeal D. Tolomeo I Galli e Vailati, 1º Conde-Duque d'Alvito (+1606)


Em nossos dias, com o advento da internet e das redes sociais, algumas pessoas podem pensar que haja algum tipo de "disputa" entre mim, o 18º Príncipe e Duque de Mesolcina e 36º Conde e 21º Duque d'Alvito (21º Conde-Duque d'Alvito) e os herdeiros da Casa Vera d'Aragona... não poderiam estar mais enganados! Somos bons amigos!


Entendemos que nossos títulos apenas compartilham o mesmo predicado, porém, são títulos completamente distintos, o que cabe a Casa de Gonzaga Trivulzio Galli, criado pelo Rei Felipe II, em 1596, e o que cabe a família Vera d'Aragona criado pelo Rei Umberto I da Itália em 1899.


Outros tantos títulos compartilharam o mesmo predicado, sem ter entre si relação alguma... como o de Marquês de Abrantes, por exemplo: é um título português criado pelo Rei João V em 1718, bem como é um título brasileiro, criado pelo Imperador Pedro II, em 1854, também é um título espanhol, criado pelo Rei Felipe IV em 1642 como um Ducado! Três títulos com o mesmo predicado (Abrantes), porém sem qualquer ligação um com o outro...


Outro caso é o título de Marquês de Viana... esse título foi criado pelo Rei João VI de Portugal, Brasil e Algarves em 1821, e é também um título espanhol criado pelo Rei Alfonso XII em 1875... 


Isso sem mencionarmos o famoso título de Duque de Berwick, título criado pelo Rei James II em 1687, no Pariato da Inglaterra, e foi recentemente criado um novo título de Duque de Berwick, dessa vez pelo Alfonso XII da Espanha, em 1882!


Dando esses exemplos deixamos claro a existência de dois títulos de Duque d'Alvito, um criado pelo Rei Felipe II da Espanha, em 1596, elevação do Condado d'Alvito, criado no século XIII, confirmado pelo Rei Felipe III da Espanha em 1606, novamente criado, dessa vez pelo Sacro Imperador Carlos VI, em 1713, e criado novamente, em 1740 pelo Rei da Nápoles Carlo (mais tarde Carlos III da Espanha), sempre na mesma família Gonzaga Trivulzio Galli e na mesma sucessão masculina, até nossos dias.


E outro, criado em 1899 em favor da família Vera d'Aragona, pelo Rei Umberto I de Savoia. 


Por:


Sua Alteza Sereníssima o 

Príncipe Don Andrea Giangiacomo Teodoro Gonzaga Trivulzio Galli

18º Príncipe e Duque de Mesolcina, 18º Príncipe de Mesocco e do Sacro Império Romano-Germânico, 21º Duque e 36º Conde d'Alvito, etc.


Escreva para o autor, e-mail: mesolcina.it@gmail.com