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sábado, 24 de dezembro de 2011

Mensagem do Grão Mestre da Ordem de São Lázaro

GRÃO MESTRE

Caros Confrades e Confreiras

Nós Cristãos em breve vamos comemorar o nascimento de Jesus Cristo em Belém. Ao contemplarmos a Natividade do Senhor, abrimos nossos corações à esperança, e vemos a maravilhosa Glória Divina revelada na inocência de um Menino envolvido em panos e deitado numa manjedoura. Naquela noite Cristo tornou-se um de nós, para nos acompanhar pelo caminho da história. Pegue a mão estendida pela Criança: é a mão de um amigo, não de alguém que pretende aproveitar-se de nós. Vivemos em tempos terríveis, em que provavelmente se tornou uma das maiores crises da modernidade. As dificuldades econômicas rodeiam a sociedade, que não vê alternativa para sair delas. No entanto, seguindo a tradição de nossa Ordem, nascida na Terra Santa, devemos cumprir o destino para o qual fomos criados: servir ao próximo e auxiliar os necessitados. 

Sejamos as testemunhas vivas desta esperança. Esperança de que, segunda São Tomás de Aquino é: Virtude inspirada que qualifica a Humanidade a ter confiança e certeza plena de Vida Eterna e os meios naturais e sobrenaturais para alcançá-la, tudo segunda o Auxílio de Deus Todo-Poderoso. Mas tem mais. Natal deve nos encorajar para lutarmos por mais solidariedade entre as famílias, entre as nações e em toda a Humanidade; o Natal é uma luz de esperança para todos. E nós, que somos seguidores da Cruz Verde, somos aqueles que deveríamos exemplificar esta esperança, neste mundo cada vez mais afastado do Senhor. Este Natal devemos ir mais fundos no Amor e na Esperança. Devemos ser mensageiros da grande notícia do Nascimento do Redentor, e fazes esforços ainda maiores em obras de caridade, para reduzir, sempre que possível, os males que afetam nossa sociedade.

Durante essas Festas de Natal desejo a todos toda a felicidade possível, que o Menino de Belém, o Senhor Jesus Cristo, ilumine suas casas e sobre elas derrame as Suas bênçãos. Nesses dias nossos corações devem ecoar a mensagem dos Anjos "Glória a Deus nas Alturas e Paz na Terra aos homens por Ele amados!" E como nosso particular dever, devemos nos lembrar daqueles que são perseguidos por defender o Cristianismo.

Caros Confrades, espalhem a notícia de que ninguém é estranho ao Amor de Deus, essa é a mensagem da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém. Deus abençoe a todos, e abençoe todo trabalho feito em Seu Nome.

ATAVIS ET ARMIS

Reino da Espanha, Madri, Dezembro de 2011.


Dom Carlos Gereda de Bourbon,
Marquês de Almanzán

PS.: Espero ver todos vocês na Peregrinação de Kevelaer, no mês de Maio de 2012, que é organizada pelo Grão Priorado da Alemanha.   

49º Príncipe e Grão Mestre da
Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de
Jerusalém, Acre e Boigny.

sábado, 15 de outubro de 2011

MENSAGEM DO GRÃO MESTRE

Aos Fiéis Leitores deste Cavalheiresco Blog, envio a mensagem mandada por Sua Excelência o Sr. Dom Carlos Gereda de Bourbon, Marquês de Almanzán, 49º Príncipe e Grão Mestre da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém. Esta mensagem fora veiculada junto a Revista Atavis et Armis, número 25, de outubro deste ano. 

Tradução: CONDE ANDRE GALLI DELLA LOGGIA


Grão Mestre

Pelo motivo de recente falecimento do Arquiduque Otto de Habsburgo, protetor de nossa querida Ordem na Áustria, pode ser lido, que com ele havia morrido o último cavaleiro da Europa. Muito provavelmente o escritor queria mostrar com esta expressão, que o Príncipe simbolizava as virtudes de um antigo cavaleiro medieval, em uma Europa que será irreconhecível em uns poucos anos, como consequência das crises econômicas e de valores que padecemos. O Estado de Bem-Estar que conhecemos está ruindo diante de nossos olhos, sem que a sociedade articule uma resposta.

Devemos convir que um Cavaleiro segue sendo hoje, a pesar de tudo, quem com extrema generosidade se entrega aos demais em prol de um ideal, quem é fiel a palavra dada, quem em suma, persegue o Santo Graal da sua perfeição humana pela perspectiva da Fé. Neste sentido, Otto de Habsburgo foi um perfeito cavaleiro de outro tempo e também do nosso. Um homem com profundas convicções religiosas, entregue a seu sentido de honra. Em outros tempos, o conceito de honra constituía a pedra fundamental do Código Cavalheiresco. Hoje parece uma palavra vazia, e não o é. A "Palavra de Honra" era o compromisso mais solene do cavaleiro e deve seguir o sendo. O verdadeiro cavaleiro cristão deve promover o bem e combater o mal. Um cavaleiro é aquele que para garantir completamente sua liberdade opta livremente por submeter-se àquelas autoridades que o guiam até onde ele quer chegar.

Por isso penso que o reencontro do homem moderno com sua própria história e por elas chegar a modelos nobres e generosos, que estiveram na origem do ideal da Cavalaria, essa é uma tarefa formidável que somente pode ser realizada junto ao seio de uma Ordem de Cavalaria.

Na atualidade as Ordens de Cavalaria não são nem podem ser sociedades políticas nem organizações de caridade, nem clubes de indolentes nostálgicos, nem associações de ridículos vaidosos, porém são associações religiosas hierarquizadas, formadas majoritariamente por leigos, com finalidades benéficas de assistência sócio-hospitalária. É certo que no mundo moderno, a tarefa das Ordens Militares não pode limitar-se a uma ação caritativa, pois é mister recuperar para a sociedade princípios que esta necessita de modo imperioso, medinate o trabalho intelectual e de formação. 
Analisando os diversos focos de tenção internacional, se tem a impressão de que se trata do mesmo fogo subterrâneo que vai alimentando convulsões por todas as partes e que, por tanto, por trás de todas essas desordens existe uma única desordem, que é a causadora de todas essas convulsões. A própria vida privada se encontra em uma situação caótica, incluindo crises nas famílias e na sociedade em geral. Pensa-se que nunca, como agora, o mal esteja representado como um bem social, uma conquista do progresso. A recuperação dos valores que são consubstanciais a civilização ocidental e européia tornou-se uma tarefa de todos.

Voltar a conceitos tão importantes para a reta instrução de nossos jovens, como a disciplina, o sacrifício, ou a obediência, não é tarefa fácil ou simples. Tais princípios constituem parte essencial de nossa própria tradição e do espírito de cavalaria que deve impregnar o labor cotidiano. Não de esconde que a defesa da tradição se associa ao obscurantismo da direita, o que é uma falácia muito propagada em nosso tempo. Sem raízes, nada somos. A tradição é um modo de ser, de atuar, de avançar, de servir.

Uma Ordem Militar como a nossa, surgida na Terra Santa, que sobreviveu a tantos vai-e-vens da história, a tantas adversidades, a tantas armadilhas, é chamada a cumprir grandes objetivos e a servir a sociedade de hoje, tão separada de Deus, e a recuperação dos valores atemporais que contribuem para o seu estabelecimento. Em nome do progresso do homem, se está construindo uma sociedade sem Deus, atenta somente a satisfação dos desejos, que mantém contraditoriamente o homem na escravidão.

Quando aceitei as responsabilidades inerentes a dignidade de Grão Mestre, prometi por minha Honra, jurei por Jesus Cristo Nosso Senhor, exercê-Las com plenitude, com paternal dedicação, e em consonância com meus predecessores, escutando a uns e outros, sem submeter-me nunca a ditadura dos interesses espúrios. A manutenção da Unidade da Ordem, que é um valor supremo, requer um comando único, firmemente comprometido com as tradições da Cavalaria, e disposto a todo momento, a governar com devoção ao serviço dos supremos ideais do Lazarismo.

Com a ajuda de Deus, sem a qual nada podemos, e em concurso com as orações das Damas e Cavaleiros da Nossa Ordem, lograremos a conquista desta outra Terra Santa, que é a volta a Raízes Cristãs da Europa, às origens da Civilização Ocidental, que vem formando a história do mundo.

Atavis et Armis






Marquês de Almanzán  


Carlos Gereda de Bourbon