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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Esclarecimento acerca da Declaração da Santa Sé sobre as Ordens de Cavalaria

 

Fiéis Leitores deste vosso Blog de Cavalaria. A postagem de hoje, nem de longe tem por missão alguma tentativa de “resposta” à Santa Sé, pois Católicos que somos, temos a consciência de que a Santa Igreja de Roma é Soberana para julgar o que melhor lhe prouver, porém, Católicos que somos, temos o dever de saber como interpretar o que a Cátedra de Pedro nos envia.

Está sendo divulgado na internet uma matéria, veiculada ao Site do Vaticano, que tem por tema o posicionamento que tem a Santa Sé quando o assunto são as Ordens de Cavalaria.

No Comunicado, a Igreja de Cristo reitera que somente reconhece como legítimas as cinco Ordens de Cavalaria da Cidade do Vaticano, que são:
Suprema Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo (Ordem de Cristo);
Ordem da Espora de Ouro;
Ordem Pia;
Ordem de São Gregório Magno;
Ordem de São Silvestre.

O mesmo comunicado anuncia ainda que para alem destas cinco Ordens, a Santa Sé apenas reconhece mais duas:
Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro de Nosso Senhor Jesus Cristo; 
e a
Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, dita de Rodes, dita de Malta.

Este comunicado não trouxe nenhuma surpresa para nós, estudiosos das Ordens de Cavalaria, pois como todos sabemos, estas sete Ordens de Cavalaria tem o Santo Padre o Papa por Soberano, e desta forma ele próprio as reconhece como “suas”.


Muitos então tem questionado: “E onde está então a Sacra Milícia?”. É para responder a este questionamento que escrevemos estas linhas: a Sacra Ordem Dinástica, Equestre, Militar e Hospitalar da Milícia de Jesus Cristo e de Santa Maria Gloriosa, de fato, não está no rol de Ordens ditas “reconhecidas” pela Santa Sé, mas isto faz dela uma Ordem menos autêntica do que as outras?

A resposta para a pergunta cima feita é um sonoro “NÃO”. Embora o reconhecimento feito pela Santa Sé seja muito bem-vindo, ele não é fundamental para a existência ou não de uma Ordem de Cavalaria. Devemos nos lembrar das dezenas de Ordens de Cavalaria, que não foram listadas no Comunicado, e não por isso perderão sua Legitimidade.


O que será então da Ordem de Santa Maria dos Teutônicos? Como todos sabem, a Ordem Teutônica faz parte da própria estrutura da Igreja Católica, e sendo Ordem de Cavalaria, não foi listada como "reconhecida" pela Santa Sé, embora d’Ela faça parte.


Perguntaria: Como pode ser visto, nenhuma das quatro principais Ordens do Reino da Espanha – Ordem de São Tiago, Ordem de Calatrava, Ordem de Alcântara e Ordem de Montesa – foram mencionadas na Lista da Santa Sé, deveria então Sua Majestade Católica o Rei da Espanha, deixá-las de lado, e esquecer mais de mil anos de história?


Como fora bem visto acima, nem ao menos a Ordem do Tosão de Ouro, a mais importante Ordem de Cavalaria do mundo fora listada entre as “reconhecidas”, deveriam então o Arquiduque da Áustria e o Rei da Espanha deixarem de conferi-la? 


O que será então da Suprema Ordem da Santíssima Anunciada e da Real Ordem Dinástica, Militar e Hospitalar dos Santos Maurício e São Lázaro, ambas as Ordens pertencentes à Casa Real da Itália? Como bem visto, não são ditas "reconhecidas", deveria então o Duque de Savoia às esquecer? 


E a Ordem Constantiniana de São Jorge, apontada por muitos como a mais antiga da Cristandade, o que seria dela, uma vez que não fora listada pela Santa Sé, mas é porém reconhecida como autêntica pelo Governo da Itália. Por um acaso o Chefe da Casa Real das Duas Sicílias deveria deixar de outorgá-la?

A resposta para todas as perguntas acima é apenas uma: NÃO. Todas as Ordens de Cavalaria listadas aqui são verdadeiras, independente de serem ou não tidas como "reconhecidas" pelo Vaticano. Todas estas Ordens reúnem a Fina-Flor da Nobreza Européia, que somente confia nas verdadeiras Ordens de Cavalaria.

A Sacra Milícia já foi por diversas vezes reconhecida por numerosos Cardeais e Bispos, que dela fazem parte, sendo que desta forma, JÁ FOI reconhecida de IURIS pela Igreja Católica.

São numerosos os Reis, Príncipes e Nobres que fazem, ou fizeram parte da Sacra Milícia, bem como, das outros Ordens acima listadas. Como poderiam tantos Reis tomarem parte em Ordens "ilegítimas"?

Como já mencionado acima, somos Católicos, e o Reconhecimento da Santa Sé para com todas as Ordens de Cavalaria aqui listadas seria muito bom, porém tal reconhecimento não é requisito para a legítima continuidade das mesmas.

DEO FAVENTE.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O que acontece com os Lazaristas?

ALERTA!!!!
O QUE ACONTECE COM OS LAZARISTAS?



Um intrigante fenômeno ronda a Ordem da Milícia e do Hospital: há proliferação de "ramos", "obediências" e "segmentos" abaixo da bandeira de São Lázaro de Jerusalém é verdadeiramente impressionante!

Analisem comigo, heróico leitores, é comum aos interessados em tomar parte em Ordens de Cavalaria, como a Ordem do Santo Sepulcro, a Ordem Teutônica, a Ordem de Cristo ou a Ordem de Malta, unirem-se a tais Ordens no amor pela Tradição e Continuidade, que são inerentes a todas estas Ordens e às demais aqui não citadas. Mas o que ocorre com os interessados em tomar parte na Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro, que ao invés de procurarem a Tradição e a Continuidade junto ao seu Grão Mestre, simplesmente "fundam" uma nova "obediência" da Ordem sem mais nem menos?



Qual o mistério que envolve esta, a mais antiga Ordem de Cavalaria da Cristandade, que muitos de seus "membros" são levados a criação de falsas "ordens" abaixo do manto negro de São Lázaro? Com um simples passeio pela internet os heróico leitores deste Blog de Cavalaria encontrarão um sem-número de sites com a mesma Cruz Verde que encabeça esta página. Cada um deles dizendo levar a voz da Tradição da Ordem ao Mundo, porém com a simples leitura destes mesmos sites, se poderá ver grandes diferenças, que aparentemente ficam escondidas abaixo da hábito de veludo negro.

Vejamos um pouco mais sobre cada um destes seguimentos lazaristas:

"Obediência de Malta"
Um pequeno grupo que opera principalmente no Sul da Itália e na Bélgica. Não possui um Grão Mestre, é governada pelo que chamam de "Vigário Geral", na verdade um bizarro duque italiano que não se conformou com a Reunião dos Ramos de Malta e de Paris em 2008. A este "ramo" da Ordem carece tudo: seguidores, legitimidade, reconhecimento e até mesmo o respeito de seus próprios membros.

"Obediência d'Orleans"
É com certeza o mais danoso grupo que opera abaixo do nome de São Lázaro. É governado por "grão mestres-fantoches", dos quais já foram um príncipe de Casa d'Orleans e um Conde parente do mesmo. Na verdade essas deprimentes figuras somente são mestres-fantoches nas mãos de Henry d'Orleans, Conde de Paris, que utiliza esse ramo da Ordem para ganhar dinheiro para seus sustento próprio e de seus "parentes próximos"

"Obediência dos Grandes Priores"
Grupo criado em 1995 na Inglaterra. Diferente dos 'ramos' anteriores, são um grupo verdadeiramente comprometidos com os ideais da caridade cristã. O fato que os separa dos Verdadeiros Lazaristas, é o de que não aceitam o Grande Magistério da Ordem, sendo governados por um conselho internacional de Grão-Priores, abaixo da chefia de um "Supremo Grão Prior".

"Priorados Independentes"
Não formam um 'ramo', nem sequer uma 'obediência' ou mesmo um seguimento lazarista, é apenas a ocorrência de um grupo de pessoas, que como em muitos casos das 'obediências' anteriores, não são Lazaristas legítimos, apenas utilizam o nome da Ordem de São Lázaro para fins de recriação, como se o nome da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém fosse um nome qualquer, que qualquer um pusesse utilizar ao bel-prazer.

A única Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém deve ser a portadora dos seguintes pré-requisitos:

Tradição;
Continuidade;
Grande Magistério e
Reconhecimento

Como fica óbvio, a única Ordem que reúne todos os pré-requisitos é a famosa Obediência de Malta-Sevilha, e é fácil de se compreender:

Dom Carlos Gereda de Bourbon, Marquês de Almanzán
Grão Mestre da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém


TRADIÇÃO
É a portadora da Tradição Lazarista, vinda dos Monges Armênios que fundaram a Ordem no século IV na Terra Santa, e passou aos Cruzados através do Bem-Aventurado Blessed de Gerard, chegando até os Reis da França, e deles aos Bourbon de Espanha, seus descendentes.

 

CONTINUIDADE
A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro continuou viva por todos esses séculos, e continuará viva até que seu último Cavaleiro esteja vivo sob a terra. Muitos alegam que a Ordem perdeu sua continuidade em 1831, alegando que fora dissolvida, porém devemos nos recordar que não basta o Comando da Ordem optar por sua dissolução, até que o último Cavaleiro da Ordem estiver vivo, este pode em caso de necessidade, e para evitar a extinção da Ordem, Ordenar ele mesmo novos Cavaleiros, como aconteceu com a Ordem de São Lázaro.


GRANDE MAGISTÉRIO
É impossível pensar-se em uma Ordem de Cavalaria sem seu líder supremo, seu Príncipe que a Governe em nome da Igreja e em Nome de Deus. Não basta a simples eleição de um Grão Mestre, é preciso que ele provenha de uma tradição de Grão Mestres que o procederam. Muitas pessoas confundem a pessoa do Grão Mestre com a Instituição que representa o Grande Magistério. Devemos nos lembrar que o Grande Magistério da Ordem de São Lázaro jamais foi interrompido, pois apesar de por alguns anos não serem Eleitos Grão Mestres, o Grande Magistério foi regido primeiramente por Vigários Gerais, e depois pelos Patriarcas da Igreja Greco-Melquita.


RECONHECIMENTO
As Ordens de Cavalaria sempre buscaram o reconhecimento das Nações onde operam. A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém (Malta-Sevilha) já obteve o reconhecimento por parte do Governo Brasileiro, Espanhol, da África do Sul, entre numerosos outros, sendo também reconhecida pela Igreja Católica no Rito Greco Melquita, e por numerosos Prelados Romanos.


Espero profundamente, que os próximos interessados em tornarem-se Cavaleiros de São Lázaro, juntem-se a Verdadeira Ordem da Milícia e do Hospital, e parem com essas imitações "bizarras e falsas" da nossa tão cara Ordem de Cavalaria. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Cavaleiros Lazaristas entre 1830 a 1930


Até hoje serviu de argumento aos inimigos da Cruz Verde a continuidade dos Cavaleiros entre 1830 e 1910. Postarei hoje, aos Heróico-Leitores deste Blog de Cavalaria, uma lista, incompleta, dos Cavaleiros Ordenados pela Ordem entre 1830 a 1930.

Ano de 1830
  Augustin François de Silvestre

Ano de 1841
  O Conde de Kergolay
  O Conde Carlo Maria Ferdinando Galli della Loggia
  Cacheleur de Restignac

Ano de 1850
  Monsenhor Bahos (mais tarde Patriarca da Igreja Católica Greco-Melquita, sob o nome de CLEMENTE I)
  O Marquês Puy de Montbrun

Ano de 1853
  Almirante Ferdinando Alphonse Hamelin
  Almirante Louis Edouard Boüet Willaumez

Ano de 1863
  O Conde Louis François du Mesnil de Maricourt
  O Conde Paul de Poudenx
  Cônego Jean Tanki

Ano de 1864
  Monsenhor Dumai

Ano de 1865
  O Conde Jules Maria d'Alnselme de Puisaye

Ano de 1871
  Monsenhor Sabbagh

Ano de 1875
  O Visconde de Boisbaudry

Ano de 1896
  Sua Alteza Imperial o Príncipe Agustín de Itúrbide
  O Barão Yves de Constancin

Ano de 1909
  Paul Watrin

Ano de 1910
  Sua Beatitude O Patriarca CIRILO VIII Ghea
  Paul Bugnot
  General Maxime Weygand
  General Noel Marie de Curieres de Castelnau
  Almirante Marie Jean Lucien Lacaze
  Jean Paul Eyschens
  Alexandre Gallery de la Tremblaye

Ano de 1911
  Charles Otzenberger-Detaille
 
Ano de 1919
  Sua Beatitude o Patriarca DEMETRIOS I Cadi
  Cônego Pirracini
  O Marquês Eglise de Ferrier de Félix

Ano de 1921
  Rev. Dom José Luis Pablo Viladot y Sala
  Gerard de Collardin y Esser

Ano de 1926
  O Mui Reverendo Archimandrita Arsèsene Attié
  Sua Beatitude o Patriarca CIRILO IX Moghabghab

Ano de 1927
  Maurice Dreux
  Paul Bertrand

Ano de 1928
  Capitão Émile Bertrand
  Yvan Bouchard de la Posterie
  René du Rot
  Oliver Pompery de Couvreles
  O Mui Reverendo Archimandrita Demetrius de Ser Leo
  Jacques Watrin
  William Franklin Paris
  Rev. Joseph Stillemans
  Capitão Xavier Fournier de Bellevue
  Sir Charles Laudet
  Roger Bellot des Minières
  O Juiz Dr. Victor James Dowling
  Dr. William Dameron Guthiere
  Georege McDonolad

Ano de 1929
  O Cardeal Lienard, Bispo de Lille
  O Cardeal Hayes, Arcebispo de Nova York
  O Duque de Sevilha, mais tarde Príncipe Grão Mestre
  O Duque Clermont-Tonnerre
  O Marquês de Bellevue
  O Marquês de Migré
  Monsenhor Dom Dubowski, Bispo de Luck e Zytornec


sábado, 10 de setembro de 2011

A LEGITIMIDADE DA ORDEM MILITAR E HOSPITALÁRIA DE SÃO LÁZARO DE JERUSALÉM, CONFIRMADA PELOS PATRIARCAS CATÓLICO-MELQUITAS


Muitos tem questionado, por total ignorância histórica, a Legitimidade da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém, também chamada Ordem da Milícia e do Hospital. Segundo eles, a Ordem ter-se-ia extinguido após a revolução francesa, quando a Comuna de Paris assinou um ato, claramente ilegal e clandestino, extinguindo as Ordens de Cavalaria Francesas.

Todavia devemos recordar, que a Comuna de Paris não tinha legitimidade para tal ato, pois o Fons Honorum da Ordem pertencia, até então à Casa Real dos Bourbons de França (não à Casa d'Orleãns, como alguns sustentam), cujo representante, Sua Alteza Real o Príncipe Luís de Bourbon, Conde da Provença, 43º Príncipe Grão Mestre da Ordem manteve em nome de seu irmão, o Rei Luís XVI, e mais tarde de seu sobrinho, o Rei Luís XVII.

Após a derrota dos republicanos, e a restauração da Monarquia pelo Imperador Napoleão I, o Conde da Provença permaneceu governando a Ordem no exílio, donde criou pelo menos uma Comendadoria Hereditária na Alemanha, que permanece em funcionamento até hoje. 

Restaurado o Trono da França à Casa de Bourbon, o Conde da Provença, agora como Rei Luís XVIII da França, mantém seu governo como Grão-Mestre da Ordem, pois apesar de sua suposta renúncia ao Magistério, permaneceu como seu Chefe de Ius e de Facto, pois preferiu não Eleger outro para tomar-lhe o lugar. Com a morte de Luís XVIII em 1824, seu irmão o Rei Carlos X manteve-se com pouca atuação junto a Ordem de São Lázaro, que passou a ser governada por uma junta de Cavaleiros, liderada por Jean Louis de Beaumont, Marquês de Autichamp.

O Marquês de Autichamp é um exemplo de Cavaleiro Lazarista, leal às Regras da Ordem da Milícia e do Hospital, Católico devoto, Monarquista convicto, que por sua lealdade incontestável à Casa de Bourbon, vai aos 92 anos lutar pela defesa do Palácio do Louvre, assaltado pela corja revolucionária. Ordenado Cavaleiro em 1783, manteve-se inimigo público de todos os membros da família Orleans, que por meio de Luís Felipe, o chamado rei dos burgueses, destroem os ideais da Cavalaria e da Religião. Vendo-se abandonado pelo legítimo Rei da França, Henrique V, Conde de Chambord, que estando em exílio por conta da usurpação da Casa d'Orleans ao Trono Francês, tem pouco tempo a dedicar a Ordem Lazarista.

A melhor alternativa do Marquês de Autichamp é buscar o auxílio dos Protetores da Ordem, anteriores a Proteção dos Reis da França, tal proteção era concedida, ainda na Terra Santa, pelos Patriarcas de Jerusalém, a quem o Marquês, como Vigário Geral da Ordem recorre.

Máximus III, Mazolum, Patriarca Greco-Melquita da Igreja de Antioquia, recebe de bom grado o pedido do já idoso Marquês de Autichamp, e torna-se o Protetor Espiritual e Governador Temporal da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém, assim como de seus bens e propriedades. 

O Patriarca Maximus III, em 1837, havia sido reconhecido como autoridade civil pelo Império Otomano, como Príncipe dos Católico-Melquitas. Em reconhecimento a seu principado, o Santo Padre o Papa Gregório XVI, concede o título de Patriarca de Alexandria e Jerusalém a Maximus III, que passa a ter o título de "Patriarca de Antioquia e Todo o Oriente, de Alexandria e Jerusalém, de Todos os Gregos e da Igreja Católica Melquita, Protetor Espiritual e Temporal da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém".

Como Príncipe e Chefe de Estado, reconhecido pelos Príncipes Árabes, os Patriarcas Católicos-Greco-Melquitas possuíam Fons Honorum, que manteve a legitimidade histórica da Ordem por mais de um século, e que é ainda hoje, um dos pilares de seu reconhecimento internacional. Com a morte do Patriarca Maximus III, Mazloum, é Eleito o Patriarca Clemente Bahouth, em  de Abril de 1856, Eleição confirmada pelo Papa Pio IX em 16 de Junho do mesmo ano. O novo Patriarca renuncia em 1864, quando é Eleito seu Sucessor Gregório II, que foi Confirmado pelo Papa em 27 de Março do ano seguinte.

Gregório II desentende-se com o Sumo Pontífice, porém a situação melhora com a sua morte e seguida Eleição do Patriarca Pedro IV, em 1898, e a Sucessão do Papa Leão XIII ao Papa Pio IX.

O Novo Patriarca tem uma comunicação mais ativa com os Cavaleiros Lazaristas da França e Espanha, um pouco precária com os seus antecessores. A pedido do Cônego polonês Tanski, reestabeleceu a Chancelaria da Ordem na França, já agora pacificada, e sem mais nenhuma interferência dos golpistas Orleans.

As boas relações com a Real Casa de Bourbon, que perdendo a Monarquia na França, ao menos mantiveram-la na Espanha, foi rapidamente restabelcida, graças a nova abertura da Ordem para as nações européias. Com o Patriarca Cirilo VIII, em 03 de Junho de 1911 é dirigida uma grande carta a Chancelaria da Ordem, na França, pela qual o novo Patriarca abençoa a todos os Cavaleiros da Milícia e do Hospital de São Lázaro, e ressalta o papel da Igreja Católico-Melquita no cenário cristão Oriental.

Em 1919 é Eleito Patriarca Demetrios I, Qadi, que teve um breve, porém atuante patriarcado, que durou até 1925, o Catolicismo de Rito Melquita teve uma significativa expansão no Oriente Médio, e a situação dos Católicos na Grécia melhora bastante. Após sua morte, é Eleito Patriarca Cirilo IX, Mogahabghab.

Nesse período o ingresso de membros do Alto Cléro Católico Apostólico Romano é intenso junto a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro e Jerusalém, abraçaram a Ordem da Milícia e do Hospital, o Cardeal O'Connel, Arcebispo de Boston; o Cardeal Dougherty, Arcebispo da Filadélfia; o Cardeal Mundedein, Arcebispo de Chicago; o Cardeal Hayes, Arcebispo de Nova York; o Cardeal Lineart, Arcebispo de Lille; o Monsenhor Dom Parado y Garcia, Bispo de Palência; além do Patriarca Pierre XIII, Terzian, Patriarca dos Armênios da Cilícia.

Com a Eleição, em 1930, do Duque de Sevilha para o Cargo de 44º Príncipe Grão Mestre, vago dês da morte do Rei Luís XVIII, em 1824, reestabeleceu-se a ligação entre a Ordem e a Casa de Bourbon, da qual o Duque era membro por ser um Infante (Príncipe de Sangue) da Espanha.

Atualmente o Patriarca de Antioquia e Todo o Oriente, de Alexandria e Jerusalém, de Todos os Gregos e da Igreja Católica Melquita, Protetor Espiritual da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém é Sua Beatitude Gregorio III, que mantém a tradição da Proteção Espiritual da Ordem da Milícia e do Hospital junto a Igreja Católica do Oriente, sempre em perfeita comunhão e obediência ao Santo Padre o Papa, a quem é subordinado e súdito fiel. 

A Soberana Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerualém mantém sua ligação com os Patriarcas de Jerusalém, no intento de manter-se fiel a suas fontes históricas, quando no século XI, os Cavaleiros da Cruz Verde de São Lázaro, lutando em prol da liberdade, pelejaram contra os mouros pela posse dos Lugares Sagrados em Jerusalém. Esse espírito de liberdade ainda move os Cavaleiros da Milícia e do Hospital, em prol da liberdade de culto aos cristão perseguidos pelo mundo, e da ajuda aos desamparados.   

  

sábado, 3 de setembro de 2011

ANTIGA DIVISÃO DA ORDEM: Malta X Paris



Muitas vezes repetimos coisas como a "Obediência de Malta", ou a "Obediência de Paris", sem sabermos ao certo o por que de tal divisão, que embora já tenha sido superada, ainda marca muito fortemente nossa tão Nobre e Distinta Ordem. Em breve linha, tentarei explicar um pouco sobre tal divisão, embora isso seja apenas uma pequenina parte, desta tão vasta história.
Vamos aos fatos:

Após a II Guerra Mundial a Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém chegou a seu apogeu. Milhares de novos Confrades agiam em diversas frentes Missionárias, em um tempo em que junto a Ordem somente eram aceitos Católicos Romanos, as Palavras do Santo Padre o Papa passaram a serem espalhadas por todos os Continentes pelos Cavaleiros Lazaristas.

Nessa época, em 1952, faleceu Duque de Sevilha, Dom Francisco de Paula y de La Torre, Eleito XLIV Príncipe e Grão Mestre em 1930. Seu filho, Dom Francisco Enrique de Bourbon y de Bourbon fora eleito XLV Príncipe e Grão-Mestre tempo depois.

O novo Príncipe Grão Mestre era então Oficial do Exército do Reino da Espanha, e como tal, não dispunha de tempo suficiente para as exigências do Grande Magistério. A solução temporária para essa falta de tempo a dedicar à Ordem, foi dada quando o Duque de Sevilha nomeou o XII Duque de Brissac como Administrador Geral da Ordem.

Pierre Timoléon de Cossé, XII Duque de Brissac entrou junto a Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém em 1954, apenas dois anos depois alcançou o tão alto cargo, que causou a desfragmentação da Ordem.

O Duque de Brissac não esforçou-se para honrar a confiança recebida pelo Príncipe Grão Mestre, muito pelo contrário, assim que a possibilidade chegou, Brissac iniciou sua campanha para tentar depor o Duque de Sevilha de seu Magistério. Com acusações cada vez mais assíduas, Brissac espalhou a tese de que o Duque de Sevilha era incapaz de Reger a Ordem.

O Duque de Sevilha, assim que tomou conhecimento da amarga campanha travada contra ele pelo XII Duque de Brissac, emite decreto anulando sua nomeação como Administrador Geral da Ordem, porém já era tarde demais: Brissac em companhia de seus asseclas convocou o Capítulo Geral da Ordem com a finalidade de depor o Duque de Sevilha de seu Trono.

Tal Capítulo Geral fora condenado pelo Grão Mestre, porém isso mostrou-se ineficaz, já que tal reunião resultou da Eleição  do Príncipe Charles-Philippe d'Orleans, Duque d'Alençon, I Príncipe de Sangue da França, como o novo Grão Mestre.

O objetivo do Duque de Brissac fora alcançado, havia a partir daí uma cisão no Ceio da Ordem de São Lázaro. A jurisdição espanhola muito compreensivelmente permaneceu leal ao verdadeiro Grão Mestre, o Duque de Sevilha, que juntamente com sua equipe, em Madri, governa a Ordem de modo ininterrupto até 1967.

O Duque d'Alençon, educado na Inglaterra dês de tenra idade, casado com uma americana da Virgínia, era um anglófono devotado, apesar de ser francês, e residir com a família na França, esforçava-se para sempre falar inglês em casa e com os amigos próximos. Tentou uma aproximação cada vez maior com o mundo anglo-saxão, até então totalmente estranho para a Ordem Lazarista. 

O Duque de Sevilha, sendo coagido por todos os lados, fora levado a aceitar a nomeação do Duque d'Alençon como 46 Grão Mestre da Ordem, passando a ser Grão Mestre Emérito e Grão Prior da Ordem para a Espanha.

O Duque d'Alençom, agora como o único, e a partir da Renúncia do Duque de Sevilha, verdadeiro Príncipe Grão Mestre da Ordem, passou a trabalhar para aumentar a influência anglo-saxã junto a Ordem, e jogando fora uma tradição de mais de mil anos, aceitou pela primeira vez pessoas de fé protestante junto a Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém.

Essas e outras atitudes de caráter administrativo, irritaram o Duque de Brissac, que sem ter a menor autoridade para isso, simplesmente demitiu o Duque d'Alençon de seu Magistério. O Duque de Sevilha é Eleito novamente em Capítulo Geral, agora como o 47 Grão Mestre da Ordem.

Brissac, em Paris, elege a si próprio Grão Mestre da qual ficou conhecida como Obediência de Paris. Como a Grande Chancelaria do Duque de Sevilha, permanecia em Malta, a sua legítima obediência passou a ser conhecida como a Obediência de Malta. 

O cisma somente acabou após a renúncia dos Duques de Brissac sob sua pretensão. A Ordem hoje é unida novamente, na atualidade conhecida "Obediência Unida de Malta e Paris", ou em um nome mais comum, como "Obediência de Malta-Sevilha".