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domingo, 26 de novembro de 2023

Brasões dos Membros da Casa Imperial do Brasil, seguindo o modelo heráldico de 1783

                                               


 Fiéis Leitores do Corriere della Mesolcina, hoje, irei publicar um estudo que, venho desenvolvendo ao longo dos anos, e que irá interessar a muitos de vocês: a Heráldica na Casa Imperial do Brasil.

Primeiramente, gostaria de afirmar sobre a grande dificuldade que envolve este estudo, pois, tanto no Reino do Brasil como no Império do Brasil a heráldica era pouco desenvolvida em suas regras próprias. Nos Reinados de Dona Maria I e Dom João I, a heráldica seguiu as regras próprias da heráldica portuguesa. Já depois da separação do Império do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no Reinado de Dom Pedro I a heráldica manteve-se basicamente próxima à heráldica portuguesa, já tendo, contudo, reflexos da heráldica francesa. Durante o Reinado de Dom Pedro II, de fato, a heráldica brasileira foi "inundada" por modas típicas da heráldica francesa. 

Porém, ao se analisar os brasões da Casa Imperial do Brasil, chegamos a uma série de regras não escritas, mas que seguem por base no costume. Aqui queremos deixar claro que estamos falando da heráldica, não da vexilologia (estudo das bandeiras), de modo que, a realidade heráldica que aqui demonstramos, não alteraria a bandeira do antigo Império do Brasil.

1 Costume: Após a morte da Princesa Dona Isabel de Bragança, Condessa d'Eu, Chefe da Casa Imperial do Brasil entre 1891 a 1921, extinguiu-se o ramo brasileiro da Casa de Bragança. Seus três filhos com o Príncipe Luís Gastão de Orléans, Conde d'Eu, herdaram a varonia paterna (Orléans, ramo cadete da Casa Real da França, hoje Chefiada por Sua Alteza Real o Duque de Anjou), e, mesmo que tenham mantido o sobrenome dinástico "Orléans e Bragança", de fato são membros da Casa de Orléans. Por este motivo, sobre o antigo escudo imperial brasileiro, carrega-se um escudete, com as armas dos Orléans.


2 Costume: O número de estrelas varia com a quantidade de unidades federativas brasileiras (atuais Estados, antigas Províncias), de modo que, os atuais Dinastas da Casa Imperial do Brasil, tem em seus brasões 27 estrelas (para os 26 estados mais o distrito federal). Os não Dinastas, carregam em seus brasões o número de estrelas correspondente ao número de unidades federativas, ao tempo em que perderam seus direitos dinásticos.


3 Costume: O Ramo Primogênito da Princesa Isabel e do Conde d'Eu não é um ramo dinástico. O Chamado "ramo de Petrópolis" apenas tem direitos dinásticos (tal qual todos os membros nascidos de casamento católico da Casa Imperial do Brasil) ao extinto Trono da França, logo, possuem o tratamento de Príncipes de Sangue da França, e estão na Linha de Sucessão ao Trono Francês após os Bourbon-França, os Bourbon-Espanha, os Bourbon Duas Sicílias, os Bourbon-Parma, os Bourbon-Nassau, e os Orléans, estando na frente dos Orléans-Galliera. 


4 Costume: Em 1783 o heraldista Frei Manuel de Santo Antônio e Silva recapitulou todo o sistema de cadências da Casa Real, através de seu livro Thesouro da Nobreza de Portugal, compilou as normas de diferenciação, através dos lambéis, do Príncipe Herdeiro, dos Infantes e Infantas; e será, com base nessa legislação, que apresentaremos as Armas a seguir. Como já apresentado em uma postagem anterior, onde as diferenças se davam pelo sistema de cadências, e não de lambel, também iremos, no futuro, apresentar uma terceira maneira dos brasões dos Membros da Casa Imperial do Brasil, com os lambéis sempre de três pendentes, e com as cargas diferenciadas, seguindo o "estimo moderno", semelhante ao da Família Real britânica. 


5 Costume: Como Dom Pedro I decretou que continuariam a viger no Império do Brasil as Leis que até então haviam vigido no Reino do Brasil, desde que estas não fossem abolidas ou substituídas por novas leis, a heráldica oficial durante toda a Monarquia Brasileira foi a Portuguesa, e será, com base nesta, que iremos blasonar os brasões dos membros da Casa Imperial do Brasil:


Aviso: Nós iremos utilizar os títulos e denominações que foram dadas por dom Pedro I na Constituição Política do Império do Brasil.


Quando falarmos nas Armas Imperiais do Brasil, falaremos em: um campo de sinopla, com uma esfera armilar de ouro, transpassada pela Cruz da Ordem Religiosa-Militar de Cristo e encerrada em um listel de blau, orlado de prata e polvilhado com o número de estrelas do mesmo metal, correspondente a cada Príncipe; sobreposto, um escudete tendo as Armas dos Duques de Oléans – de blau, com três flores de lis de ouro, postas em roquete, e, em chefe, um lambel de três pontas de prata; Ao redor do escudo a banda da mais alta condecoração Dinástica que por ventura venha o armigerante a possuir. 

Suportes: um ramo de tabaco, florido, à sinistra, e um ramo de café, frutificado, à destra, ambos de sua própria cor e unidos por um laço de goles. 

Timbrando o escudo, a Coroa correspondente. 


Para o Imperador ou Chefe da Casa Imperial, agrega-se: atrás do escudo, cruzados da sinistra para a destra e da destra para a sinistra, o Cetro do Império do Brasil e o Cetro da Mão da Justiça, ambos de ouro.

Coroa Diamantina (a do Império do Brasil), com 8 diademas de ouro cravejado de pérolas, 5 visíveis e forro de goles.

Condecoração: a Banda da Imperial Ordem do Cruzeiro, transpassada pelo laço dos suportes.

Pavilhão: de sinopla, recolhido, com dossel, cordões e franjas de ouro e forro de arminho, o todo encimado pela Coroa do Império do Brasil. 


Brasões históricos:

Brasão de Sua Majestade Imperial e Fidelíssima o Imperador Dom Pedro I do Brasil e IV de Portugal, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e Além Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, Duque de Bragança.

Armas Imperiais do Brasil, tendo 19 estrelas em orla. Ao redor do escudo a Banda da Imperial Ordem do Cruzeiro. Sobre o escudo a Coroa Imperial de Dom Pedro I.



Armas de Sua Majestade Imperial o Imperador Dom Pedro II do Brasil, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, Primogênito da Casa de Bragança. 

Armas Imperiais do Brasil, tendo 20 estrelas em orla. Ao redor do escudo a Banda da Imperial Ordem do Cruzeiro. Sobre o escudo a Coroa Diamantina.


Armas de Sua Majestade Imperial a Imperadora Titular Dona Isabel I do Brasil (uma Chefe de Estado de um Império é chamada de Imperadora; Imperatriz é a Consorte de um Imperador) Imperadora Constitucional de Ius e Defensora Perpétua do Brasil, Condessa d'Eu


Armas Imperiais do Brasil, tendo 20 estrelas em orla. Ao redor do escudo a Banda da Imperial Ordem do Cruzeiro. Sobre o escudo a Coroa Diamantina.


Armas de Sua Majestade Imperial o Imperador Consorte Dom Luís I Gastão de Orléans, Conde d'Eu, Imperador Titular Consorte do Brasil, Príncipe do Sangue da França: 

Armas plenas dos Orléans. Ao redor do escudo a Banda da Imperial Ordem do Cruzeiro. Sobre o escudo a Coroa Diamantina.


Armas de Sua Majestade Imperial o Imperador Titular do Brasil Dom Pedro III Henrique de Orléans e Bragança, Duque de Némours (título adquirido em 1970 pelo chamado "Pacto de Bruxelas") Imperador Constitucional de Ius e Defensor Perpétuo do Brasil, Chefe da Casa Imperial do Brasil, Príncipe do Sangue da França:

Brasão composto pelas Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 23 estrelas de prata. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem do Cruzeiro. Sobre o escudo a Coroa Imperial do Brasil (Coroa Diamantina) 


Armas de Sua Majestade Imperial o Imperador Titular do Brasil Dom Luís II Gastão de Orléans e Bragança, Duque de Némours, Imperador de Ius e Defensor Perpétuo do Brasil Príncipe do Sangue de França da França:

Brasão composto pelas Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 27 estrelas de prata. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul. Sobre o escudo a Coroa Imperial do Brasil (Coroa Diamantina) 


PRÍNCIPES DINASTAS DA CASA IMPERIAL DO BRASIL

Brasão de Sua Alteza Imperial o Príncipe Dom Bertrand I de Orléans e Bragança, Duque de Némours, Chefe da Casa Imperial do Brasil, Imperador de Ius e Defensor Perpétuo do Brasil, Príncipe do Sangue da França:

Brasão composto pelas Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 27 estrelas de prata. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul. Sobre o escudo a Coroa Imperial do Brasil (Coroa Diamantina) 


Brasão de Sua Alteza Imperial o Príncipe Dom Antônio de Orléans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, Príncipe do Brasil, Príncipe do Sangue da França:

Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 27 estrelas de prata, e por diferença, um lambel de prata de três pendentes. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a Coroa de Príncipe Imperial do Brasil.



Brasão de Sua Alteza Imperial a Princesa Dona Cristine de Ligne, Princesa Consorte Imperial do Brasil, Princesa do Brasil, Princesa de Ligne.

Armas partidas: no I as armas de seu esposo, o Príncipe Imperial do Brasil. No II as armas de seu pai, o Príncipe de Ligne e do Sacro Império Romano-Germânico. Ao redor do escudo, o Colar da Grã-Cruz Efetiva da Imperial Ordem da Rosa. Sobre o escudo a Coroa de Princesa Imperial do Brasil.



Brasão de Armas de Sua Alteza Imperial o Príncipe Dom Rafael de Orléans e Bragança, Príncipe do Grão-Pará, Príncipe do Brasil, Príncipe do Sangue da França.


Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 27 estrelas de prata, e por diferença, um lambel de prata de três pendentes, carregados cada um com uma rosa florida de goles, abotada douro e folhada de sinopla (lambel do Príncipe do Grão-Pará). Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a Coroa do Príncipe do Grão-Pará.

Coroa dos Príncipes do Brasil e Príncipes da Casa Imperial do Brasil


A coroa heráldica (ou "coronel") dos Príncipes do Brasil, e Príncipes da Casa Imperial do Brasil, é de ouro, tendo na base os mesmos diamantes e pérolas que na Coroa Diamantina, e quatro florões triloboados (três visíveis) entre quatro flores-de-lis (duas visíveis), todos carregados pelos oportunos diamantes, do estilo da Coroa Imperial, entre as florões e as flores-de-lis, picos com diamantes.
(esta é a coroa adotada a partir de 2020, porém já desenhada anteriormente, para representar a união das Casas de Orléans (flores-de-lis) e Bragança (florões triloboados), e portanto, é o coronel heráldico dos Príncipes e Princesas do Brasil (Dinastas) e os Príncipes e Princesas da Casa Imperial do Brasil (ou seja, os não dinastas). 

Brasão de Sua Alteza a Princesa Dona Maria Gabriela de Orléans e Bragança, Princesa do Brasil, Princesa do Sangue da França


Armas: Um losango partido, no I de prata (para as armas de seu futuro esposo), no II com as armas de seu pai, o Príncipe Imperial do Brasil. Sobre o escudo a Coroa de Princesa do Brasil

Brasão de Sua Alteza a Princesa Dona Eleonora de Orléans e Bragança, Princesa de Ligne, Princesa do Brasil, Princesa do Sangue da França


Armas partidas: No I as Armas de seu marido, Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Michel, 14º Príncipe de Ligne e do Sacro Império Romano-Germânico; no II as Armas Imperiais do Brasil  tendo em orla 27* estrelas de prata, e sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda de Dama da Ordem da Rainha Santa Isabel. Sobre o escudo a Coroa de Princesa do Brasil. Por suportes, os do Império do Brasil.
O conjunto repousa sobre um manto de goles, forrado de arminhos, franjado e amarrado d'ouro, e é timbrado pela fürstenhut, dos Príncipes do Sacro Império Romano, como Princesa de Ligne, d'Amblise, d'Épinoy e do Sacro Império Romano, Marquesa de Roubaix, Condessa de Fauquemberg, Viscondessa de Leyden, Baronesa de Beloeil, de Cisoing, de Werchin e de Wassenaar, como Consorte de Sua Alteza Sereníssima o Chefe da Casa Principesca de Ligne. 

* As Armas de Sua Alteza a Princesa de Ligne contém 27 estrelas em orla, pois, mesmo que seu pai, o Príncipe Dom Pedro III do Brasil as tenha usado com 23 estrelas no momento de sua morte, a Princesa de Ligne mantém-se como Dinasta do Brasil, e portando, seu escudo deve evoluir com os do atual Chefe da Casa Imperial. 


PRÍNCIPES NÃO DINASTAS DA CASA IMPERIAL DO BRASIL

Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Eudes de Orléans e Bragança (in memoriam), Príncipe da Casa Imperial do Brasil, Príncipe do Sangue da França

Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 23 estrelas de prata, sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Por diferença pessoal, um lambel de prata, de três pendentes, tendo no terceiro as Armas da Casa de Wittelsbach. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a coroa de Príncipe da Casa Imperial do Brasil.


Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança, Príncipe da Casa Imperial do Brasil, Príncipe do Sangue da França


Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 23 estrelas de prata, e sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Por diferença pessoal, um lambel de prata, de três pendentes, tendo no primeiro de sable, com um leão rompante d'ouro (armas do Palatinado), e no terceiro as Armas da Casa de Wittelsbach. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a coroa de Príncipe da Casa Imperial do Brasil.



Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Fernando de Orléans e Bragança, Príncipe da Casa Imperial do Brasil, Príncipe do Sangue da França

Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 22 estrelas de prata, e sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Por diferença pessoal, um lambel de prata, de três pendentes, tendo no primeiro de sable, com um leão rompante d'ouro (armas do Palatinado), no segundo as Armas da Francônia e no terceiro as Armas da Casa de Wittelsbach. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a coroa de Príncipe da Casa Imperial do Brasil.


Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Francisco de Orléans e Bragança, Príncipe da Casa Imperial do Brasil, Príncipe do Sangue da França

Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 23 estrelas de prata, e sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Por diferença pessoal, um lambel de prata, de quatro pendentes (sendo o terceiro movido para a sinistra), tendo no primeiro de sable, com um leão rompante d'ouro (armas do Palatinado), no segundo as Armas da Francônia, no terceiro o leão de Veldenz e no quarto as Armas da Casa de Wittelsbach. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a coroa de Príncipe da Casa Imperial do Brasil.


Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Alberto de Orléans e Bragança, Príncipe da Casa Imperial do Brasil, Príncipe do Sangue da França


Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 24 estrelas de prata, e sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Por diferença pessoal, um lambel de prata, de cinco pendentes, tendo no primeiro de sable, com um leão rompante d'ouro (armas do Palatinado), no segundo as Armas do Margraviado de Burgau, no terceiro as Armas da Francônia, no quarto o leão de Veldenz e no quinto as Armas da Casa de Wittelsbach Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a coroa de Príncipe da Casa Imperial do Brasil.



"Ramo de Petrópolis"

Estes Príncipes do Sangue de França, Príncipes titulares de Orléans-Bragança, até o ano de 2020 não eram considerados como Príncipes da Casa Imperial do Brasil. Todavia, este posicionamento parece ter mudado naquele ano, quando através do livro "Genealogia da Casa Imperial do Brasil", cita-se que: 
"Os descendentes na linhagem varonil legítima do Príncipe Dom Pedro de Alcantara de Orleans e Bragança, que, em 1908, quando ainda era o Príncipe Imperial do Brasil, renunciou solenemente, por si e sua eventual descendência, aos seus direitos ao Trono e à Coroa do Brasil, são igualmente Príncipes e Princesas da Casa Imperial. A não inclusão deste ramo primogênito, mas sem direitos dinásticos, da Família Imperial Brasileira neste trabalho se deve única e exclusivamente ao fato de seus membros terem, sistematicamente, ao longo das décadas, falhado em manter a Chefia da Casa Imperial oficialmente informada de seus acontecimentos familiares, como casamentos e nascimentos." 

Desta forma citamos os ditos Príncipes de Orléans-Bragança:

Brasão de Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Pedro de Orléans e Bragança, Conde d'Eu, "Príncipe Titular de Orléans e Bragança" (ou "Príncipe de Orléans-Eu"), Príncipe do Sangue de França

Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 20 estrelas de prata, e por diferença, um lambel de ouro de três pendentes. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Condes d'Eu (de blau, três flores-de-lis d'ouro em 2-e-1, armas de França, tendo por diferença um lambel de goles de três pendentes, com três castelos d'ouro em cada pendente). Coroa de Príncipe de Sangue da França.


Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Pedro Tiago de Orléans e Bragança, Conde Herdeiro d'Eu, Príncipe do Sangue de França. 

Armas de seu pai, tendo por diferença, um crescente de goles aplicada ao pendente central do lambel de ouro. 


Os textos e desenhos são de Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Don Andrea III Gian Giacomo Teodoro Gonzaga Trivulzio Galli, Duque e 18º Príncipe e Duque de Mesolcina e do Sacro Império Romano-Germânico. Chefe da Casa Principesca e Ducal de Mesolcina. Proibida a utilização sem prévio consentimento por escrito da parte do autor. 

Para falar com Sua Alteza Sereníssima o Príncipe e Duque de Mesolcina, envie e-mail para o Secretariado Privado do Príncipe, através do e-mail mesolcina.it@gmail.com 

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Brasões dos atuais Membros da Real Casa di Savoia

 Fieis Leitores do Corriere della Mesolcina, hoje os irei aborrecer escrevendo sobre os atuais Membros da Real Casa di Savoia, bem como, mostrando seus brasões d'Armas.


A Casa di Savoia foi a Casa Real da Sardenha e Principesca do Piemonte, bem como, Ducal da Região da Savoia e Nice, todas essas, pretensões verdadeiramente legítimas. O mesmo não pode ser dito sobre as pretensões dos Savoia ao título de "Rei da Itália", uma vez que a Unificação Italiana não obteve a aprovação ou concordância dos demais Monarcas Italianos (como os Reis das Duas Sicílias ou do Lombardo-Vêneto, o Grão-Duque da Toscana, os Duques de Parma, Mesolcina ou Modena, nem de Sua Santidade o Papa, Soberano não apenas da Cidade de Roma, mas de todo o Reino dos Estados Pontifícios). Neste ponto, a unificação italiana foi totalmente diferente da Unificação Alemã abaixo da Casa da Prússia, que contou com a concordância de todos os demais Monarcas alemães. 


Por este motivo, iremos nos referir à Real Casa di Savoia em suas pretensões ao Trono da Sardenha, por este lhe ser legítimo, mas é claro, que os Fieis leitores devem assim entender todas as demais pretensões desta Família. 


Quando do processo unificatório acima visto ocorreu, o assim chamado "Estatuto Albertino", promulgado pelo Rei Carlo Alberto I di Savoia, Rei da Sardenha, tornou-se a Constituição do unificado Reino da Itália. Esta mesma Constituição previa que todos os Príncipes da Casa di Savoia deveriam casar-se apenas com mulheres provenientes da Nobreza, e após receber o Consentimento Real, concedido pelo Chefe da Real Casa, caso contrário, o casamento seria inválido para finalidades sucessórias, e o Príncipe que casar-se violando estas regras perderia todos os títulos, direitos e tratamentos como Príncipe, e seus filhos nasceriam plebeus. 


O último Rei da Casa di Savoia foi o Rei Umberto II, deposto após o fim da II Guerra Mundial, em 1946. Seu único filho, S.A.R. o Príncipe de Nápoles e Piemonte, Vittorio Emanuele di Savoia, casou-se em 1970 com a plebeia Marina Racolfi Doria, uma suíça de origem italiana, contrariando a vontade do pai, que declarou expressamente que o filho perdeu o status de Sua Alteza Real, bem como os títulos de Príncipe de Piemonte e de Nápoles, de Savoia e da Sardenha, bem como qualquer direito aos Tronos um dia já herdados pelo Chefe da Casa de Savoia.


O próximo na Linha de Sucessão, após o ex Príncipe de Nápoles era seu primo, S.A.R. o Príncipe Amedeu Umberto di Savoia, Duque d'Aosta, que, a partir do casamento desigual do primo, e por vontade de Sua Majestade o Rei Umberto II, tornou-se o novo Príncipe do Piemonte. 


O Duque d'Aosta e Príncipe do Piemonte casou-se com Sua Alteza a Princesa do Sangue Claudia d'Orléans, com a Aprovação Real necessária. Deste casamento nasceu Sua Alteza Real o Príncipe Aimone Umberto di Savoia, que ao nascer recebeu o título de Duque delle Puglie, que, ao completar 15 anos, recebeu de Sua Majestade o Rei Umberto II o Colar da Suprema Ordem da Santíssima Anunciada e a Grã-Cruz da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro. 


Após a morte de Sua Majestade o Rei Umberto II, o Duque d'Aosta e Príncipe do Piemonte torna-se o XXI Chefe da Casa de Savoia, e assume o título de Duque de Savoia e d'Aosta, passando o título de Príncipe do Piemonte ao filho, Aimone Umberto.


O novo Príncipe do Piemonte casa-se em 2008 com S.A.R. a Princesa Olga da Grécia e da Dinamarca, filha de S.A.R. o Príncipe Michele da Grécia e da Dinamarca, e de sua esposa. Tal casamento, realizado entre Príncipes, e com o Real consentimento conferido por seu pai, o Duque de Savoia e d'Aosta, cumpriu perfeitamente as regras do Estatuto Albertino.


O Casal teve três filhos, sendo estes:

- Sua Alteza Real o Príncipe Umberto, intitulado, ao nascer, Duque delle Puglie.

- Sua Alteza Real o Príncipe Amedeo, intitulado ao nascer Duque degli Abruzzi, e

- Sua Alteza Real a Princesa Isabela Vita Maria, Princesa di Savoia. 


Após o ano de 2021, com a morte de Sua Alteza Real o Príncipe Amedeo, Duque de Savoia e d'Aosta, seu filho, Aimone assume os títulos de Duque de Savoia e Duque d'Aosta, passando o título de Príncipe do Piemonte ao filho mais velho, anteriormente S.A.R. o Duque delle Puglie. 


Brasões dos atuais Membros da Real Casa di Savoia:


Brasão de S.A.R. o Príncipe Aimone di Savoia, Duque d'Aosta e de Savoia, Chefe da Real Casa di Savoia.



Brasão de S.A.R. a Princesa Olga da Grécia e Dinamarca, Duquesa d'Aosta e de Savoia.

Brasão de S.A.R. o Príncipe Umberto di Savoia-Aosta, Príncipe do Piemonte



Brasão de S.A.R. o Príncipe Amedeo Michele di Savoia-Aosta, Duque degli Abruzzi

Brasão de S.A.R. a Princesa Isabela Vita Maria di Savoia-Aosta, Princesa de Savoia 

Para não darmos uma impressão de partidarismo, o que não é verdade, aqui colocamos os brasões do ex Príncipe de Nápoles, e de seu filho.

Brasão de Vittorio Emanuele de Carignano, filho do Rei Umberto II, como Cavaleiro da Suprema Ordem da Santíssima Anunciada.



Brasão de Emanuele Filiberto de Carignano, do ramo morganático.


Por Sua Alteza Sereníssima o Príncipe
Don Andrea Gian Giacomo Gonzaga Trivulzio Galli, Príncipe de Mesolcina, Duque d'Alvito, Príncipe do Sacro Império Romano-Germânico.

Para falar com o autor, escreva para: mesolcina.it@gmail.com 

terça-feira, 6 de abril de 2021

Evolução do Brasão de Armas dos Duques de Bragança / Evolution of the Coat of Arms of the Dukes of Bragança

 Fieis Leitores do Blog de Cavalaria, II Caderno do Corriere della Mesolcina. Hoje falaremos a vocês sobre a evolução no brasão de armas de Suas Excelências os Duques de Bragança, antes de Dom João II, Duque de Bragança ter-se tornado El-Rey de Portugal com o nome de Dom João IV; trataremos, portando, dos brasões da Sereníssima Casa de Bragança como Casa Ducal (1442 a 1640), e não como a Dinastia Real Portuguesa (de 1640 até nossos dias). A importância desta Casa Ducal, sem igual em toda a península ibérica foi tamanha que, todos os seus titulares foram numerados à modo das Casas da Alta Aristocracia da Europa Central, da mesma forma que os próprios Reis de Portugal.

Após 1640, quando os Duques de Bragança passam a serem os Reis de Portugal, o título e o patrimônio da Casa de Bragança continuam separados dos bens da Coroa, de modo a poder-se assim diferir o patrimônio privado da "Sereníssima Casa de Bragança" daquele da Casa Real Portuguesa, mesmo após a fusão das mesmas. Desta forma o Rei de Portugal, costuma ceder o título de Duque de Bragança ao seu herdeiro e sucessor. Houveram casos, contudo, como o do Imperador Dom Pedro I do Brasil / Rei Dom Pedro IV de Portugal, que o mesmo após abdicar da Coroa de Portugal para manter a Coroa Imperial Brasileira, não abriu mão do título de Duque de Bragança, e mesmo após abdicar da Coroa do Brasil se manterá Duque de Bragança até a sua morte.

Atualmente o título de Duque de Bragança cabe ao Chefe da Casa Real Portuguesa, e por isso é intitulado como Sua Alteza Real, sendo hoje o seu atual titular, Sua Alteza Real Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, Chefe da Casa Real Portuguesa.


O primeiro Duque de Bragança e suas Armas (1442-1461)

O primeiro Duque de Bragança foi Dom Afonso I, filho bastardo do Rei Dom Manuel I de Portugal (ele próprio um filho bastardo do Rei Dom Pedro I de Portugal), que casou-se com Dona Beatriz Pereira Alvim, filha e herdeira do Conde São Nuno Álvares Pereira. Da junção da fortuna de São Nuno com o patrimônio recebido pelo Rei, a Casa de Bragança torna-se a família mais rica da península ibérica. 

As armas do 1º Duque de Bragança foram armas simples, um escudo de prata com uma aspa de goles, carregada de cinco escudetes cozidos de blau, cada um sobrecarregado de cinco besantes de prata em aspa (chamados na tradição heráldica portuguesa de "Quinas de Portugal"). O timbre é uma cabeça e dorso de cavalo de prata (aqui também representamos com as patas dianteiras), com arreios e freios de suas cor, e ferido com três lançadas de goles.

Estas armas serão depois utilizados pelos heraldistas como as "armas do Ducado de Bragança", esquecendo que as Armas dos Duques de Bragança iriam evoluir, como veremos, até atingir a sua plenitude nos tempos do 5º Duque de Bragança. 


Dom Afonso I, 1º Duque de Bragança, representado junto de seu brasão

Armas do 1º Duque de Bragança por S.A.S. o Príncipe D. Andre Prinz von Trivulzio-Galli, como também o são os demais brasões aqui representados em desenhos vetoriais.

O segundo Duque de Bragança e seu brasão (1461-1478)

O segundo Duque de Bragança foi Dom Fernando I, filho de D. Afonso I e de Dª. Beatriz Pereira Alvim. Seu brasão de armas manteve a mesma estrutura das armas de seu pai, contudo, o problema dos escudetes cozidos de blau foi resolvido, sendo substituídos por cinco escudetes de prata, carregados por cinco pequenos escudetes de blau postos em cruz, sobrecarregados por cinco besantes de prata, postos em aspa (as "Quinas de Portugal"). 

Foi o 2º Duque de Bragança casado com Dona Joana de Casto, filha e herdeira de Dom João de Castro, 2º Senhor de Cadaval, sendo que este Senhorio foi então somado ao já enorme patrimônio da Sereníssima Casa de Bragança.



O terceiro Duque de Bragança e seu brasão (1478-1483)

 O terceiro Duque de Bragança foi Dom Fernando II, filho mais velho do 2º Duque e de sua esposa. Foi casado em duas ocasiões, a primeira, com Leonor de Menezes, de quem não teve filhos, e a segunda vez, com a Infanta Dona Isabel de Viseu, filha do Infante Dom Fernando, Duque de Viseu e de Beja. Este casamento com a Infanta Isabel teve depois uma grande importância heráldica para os posteriores Duques de Bragança, pois Dona Isabel era filha de Sua Alteza o Infante Dom Fernando de Portugal, Duque de Viseu e de sua esposa Sua Alteza a Infanta Dona Beatriz de Beja. O Infante Dom Fernando, Duque de Viseu era filho do Rei Dom Duarte I de Portugal e da Infanta Dona Leonor, Infanta de Aragão e Princesa da Sicília, sendo que, depois, as Armas de Aragão e Sicília seriam utilizadas futuramente nos brasões dos Duques de Bragança, como veremos.



As armas do 3º Duque de Bragança foram compostas por um escudo de prata com uma aspa de goles, carregada de cinco escudetes com as Armas do Reino de Portugal tendo um filete em banda e outro em contrabanda, ambos em sable. O timbre é uma cabeça e dorso de cavalo de prata (aqui também representamos com as patas dianteiras), com arreios e freios de suas cor, e ferido com três lançadas de goles.


O quarto Duque de Bragança e seu brasão (1483-1532)

O quarto Duque de Bragança foi Dom Jaime I, que teve uma relação de extrema proximidade com o Rei Dom Manuel I, ao ponto de ter sido Jurado como Príncipe Herdeiro de Portugal em 1498, pelo fato do Rei ainda não ter filhos, e da proximidade genealógica entre o Duque de Bragança e o Rei de Portugal. Este juramento de Dom Jaime I como Príncipe Herdeiro de Portugal passou a refletir também em seu brasão de armas.

O brasão do 4º Duque de Bragança foi composto pelas armas plenas do Reino de Portugal, tendo por diferença um lambel de ouro de três braços carregados de três armas de Aragão-Sicília (o lambel de ouro pela condição de Príncipe Herdeiro Jurado, e nele as armas de Aragão-Sicília pelo casamento de seu pai, como visto acima). 

Foi também na condição de Herdeiro Jurado do Trono de Portugal, que o 4º Duque de Bragança adota a serpe real como seu timbre, no lugar da cabeça e dorso de cavalo de prata, com arreios e freios de suas cor, e ferido com três lançadas de goles; porém, a diferença do Rei, que usava a serpe dourada, o Duque de Bragança a utiliza em sinopla (verde): vem daí a tradição de ligar a cor verde à Sereníssima Casa de Bragança, coisa que mais tarde, resultaria no verde como cor representativa da Dinastia de Bragança na bandeira imperial do Brasil. Mas, afinal, qual o motivo do 4º Duque de Bragança ter adotado uma serpe verde, e não de qualquer outra cor? Isso de deve à chamada "ínclita geração", ou seja, a geração dos filho d'El-Rei Dom João I de Portugal: nela, cada um dos cinco Infantes, além de diferenças nos campos dos escudos, recebeu a serpe do timbre de uma cor: (Dom Duarte, mais tarde D. Duarte I de Portugal, a recebeu dourada, como Príncipe Herdeiro; Dom Pedro, Duque de Coimbra, a recebeu de prata; Dom Henrique, Duque de Viseu, a recebeu verde; Dom João, Condestável de Portugal, a recebeu vermelha e o Bem-Aventurado Dom Fernando a recebeu azul), e como o Duque de Viseu não teve filhos, deixou seus títulos para seu sobrinho, o Infante Dom Fernando, Duque de Beja (filho mais novo do Rei Dom Duarte I), que passou assim a usar o título de Duque de Viseu e de Beja, e adotou o brasão do Duque de Viseu, com o timbre da serpe verde. Foi a filha do Duque de Viseu, a Infanta Dona Isabel de Viseu, Duquesa de Bragança, casada com o 3º Duque, como visto acima, a motivação da escolha da cor verde da serpe dos Bragança. 


Brasão de Armas do 4º Duque de Bragança, segundo o Livro do Armeio-Mor. Note-se que o paquife é nas cores goles (vermelho) e blau (azul), cores dos Duques de Bragança, que seriam depois "revividas" pela "Revolta do Remexido" 


Após o Rei Dom Manuel I ter filhos, o Duque de Bragança perde então sua condição de Príncipe Herdeiro de Portugal, todavia, conserva seu brasão de armas, e recebe o título de "Tio de Rei", título este hereditário a partir de si, no Ducado de Bragança, até os Duques de Bragança tornarem-se Reis de Portugal.


O quinto Duque de Bragança e suas Armas (1532-1563)

O quinto Duque de Bragança foi Dom Teodósio I. Será com este Duque que as Armas dos Duques de Bragança chegariam até a sua forma moderna, utilizadas até o 8º Duque de Bragança, Dom João II chegar ao Trono de Portugal como Rei Dom João IV. 


Antigo painel de azulejos portugueses, com as Armas dos Duques de Bragança, após o 5º Duque de Bragança, até 1640.


Armas do 5º Duque de Bragança, utilizadas pelos sucessores Duques até 1640

O Brasão de Armas utilizadas após o 5º Duque de Bragança, tido como "definitivo" até a coroação do 8º Duque de Bragança como Rei de Portugal foram definidas como as Armas plenas do Reino de Portugal (como utilizado por seu pai), tendo por diferença um lambel de ouro com três pendentes, tendo nos dois pendentes junto ao flanco as armas partidas de Aragão e Sicília.

Paquife em goles (vermelho) e blau (azul). O se manterá sempre a serpe de sinopla, que passou a ser o distintivo da própria Casa de Bragança. 

As Armas dos atuais Duques de Bragança 

Apenas a título de curiosidade, terminaremos esta publicação com as Armas de Sua Alteza Real o Sr. Dom Duarte Pio de Orléans-Bragança e de Bragança, Duque de Bragança e Chefe da Casa Real Portuguesa:

Brasão de Sua Alteza Real o Príncipe Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, Chefe da Casa Real Portuguesa, com a banda da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, como Grão-Mestre das Ordens Reais Portuguesas.



Texto e desenhos vetoriais (alguns com elementos do Wikipédia) por 

Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Don Andrea III Gonzaga Trivulzio-Galli, 
Duque de Venosa,
18º Príncipe e 13º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sacro Império Romano-Germânico, 
Chefe da Casa Principesca de Mesolcina. 
 

Se quiser falar com o autor, escreva para: principeandregalli@gmail.com

quarta-feira, 17 de março de 2021

Brasões dos Membros da Casa Imperial do Brasil / Coat of Arms of the Members of the Imperial House of Brazil




 Fiéis Leitores do Corriere della Mesolcina, hoje, irei publicar um estudo que, venho desenvolvendo ao longo dos anos, e que irá interessar a muitos de vocês: a Heráldica na Casa Imperial do Brasil.

Primeiramente, gostaria de afirmar sobre a grande dificuldade que envolve este estudo, pois, tanto no Reino do Brasil como no Império do Brasil a heráldica era pouco desenvolvida em suas regras próprias. Nos Reinados de Dona Maria I e Dom João I, a heráldica seguiu as regras próprias da heráldica portuguesa. Já depois da separação do Império do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no Reinado de Dom Pedro I a heráldica manteve-se basicamente próxima à heráldica portuguesa, já tendo, contudo, reflexos da heráldica francesa. Durante o Reinado de Dom Pedro II, de fato, a heráldica brasileira foi "inundada" por modas típicas da heráldica francesa. 

Porém, ao se analisar os brasões da Casa Imperial do Brasil, chegamos a uma série de regras não escritas, mas que seguem por base no costume. Aqui queremos deixar claro que estamos falando da heráldica, não da vexilologia (estudo das bandeiras), de modo que, a realidade heráldica que aqui demonstramos, não alteraria a bandeira do antigo Império do Brasil.

1 Costume: Após a morte da Princesa Dona Isabel de Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil entre 1891 a 1921, extinguiu-se o ramo brasileiro da Casa de Bragança. Seus três filhos com o Príncipe Luís Gastão de Orléans, Conde d'Eu, herdaram a varonia paterna (Orléans, ramo cadete da Casa Real da França, hoje Chefiada por Sua Alteza Real o Duque de Anjou), e, mesmo que tenham mantido o sobrenome dinástico "Orléans e Bragança", de fato são membros da Casa de Orléans. Por este motivo, sobre o antigo escudo imperial brasileiro, carrega-se um escudete, com as armas dos Orléans.


2 Costume: O número de estrelas varia com a quantidade de unidades federativas brasileiras (atuais Estados, antigas Províncias), de modo que, os atuais Dinastas da Casa Imperial do Brasil, tem em seus brasões 27 estrelas (para os 26 estados mais o distrito federal). Os não Dinastas, carregam em seus brasões o número de estrelas correspondente ao número de unidades federativas, ao tempo em que perderam seus direitos dinásticos.


3 Costume: O Ramo Primogênito da Princesa Isabel e do Conde d'Eu não é um ramo dinástico. O Chamado "ramo de Petrópolis" apenas tem direitos dinásticos (tal qual todos os membros nascidos de casamento católico da Casa Imperial do Brasil) ao extinto Trono da França, logo, possuem o tratamento de Príncipes de Sangue da França, e estão na Linha de Sucessão ao Trono Francês após os Bourbon-França, os Bourbon-Espanha, os Bourbon Duas Sicílias, os Bourbon-Parma, os Bourbon-Nassau, e os Orléans, estando na frente dos Orléans-Galliera. 


4 Costume: Como Dom Pedro I decretou que continuariam a viger no Império do Brasil as Leis que até então haviam vigido no Reino do Brasil, desde que estas não fossem abolidas ou substituídas por novas leis, a heráldica oficial durante toda a Monarquia Brasileira foi a Portuguesa, e será, com base nesta, que iremos blasonar os brasões dos membros da Casa Imperial do Brasil:


Aviso: Nós iremos utilizar os títulos e denominações que foram dadas por dom Pedro I na Constituição Política do Império do Brasil.


Quando falarmos nas Armas Imperiais do Brasil, falaremos em: um campo de sinopla, com uma esfera armilar de ouro, transpassada pela Cruz da Ordem Religiosa-Militar de Cristo e encerrada em um listel de blau, orlado de prata e polvilhado com o número de estrelas do mesmo metal, correspondente a cada Príncipe; sobreposto, um escudete tendo as Armas dos Duques de Oléans – de blau, com três flores de lis de ouro, postas em roquete, e, em chefe, um lambel de três pontas de prata; Ao redor do escudo a banda da mais alta condecoração Dinástica que por ventura venha o armigerante a possuir. 

Suportes: um ramo de tabaco, florido, à sinistra, e um ramo de café, frutificado, à destra, ambos de sua própria cor e unidos por um laço de goles. 

Timbrando o escudo, a Coroa correspondente. 


Para o Imperador ou Chefe da Casa Imperial, agrega-se: atrás do escudo, cruzados da sinistra para a destra e da destra para a sinistra, o Centro do Império do Brasil e o Cetro da Mão da Justiça, ambos de ouro.

Coroa Diamantina (a do Império do Brasil), com 8 diademas de ouro cravejado de pérolas, 5 visíveis e forro de goles.

Condecoração: a Banda da Imperial Ordem do Cruzeiro, transpassada pelo laço dos suportes.

Pavilhão: de sinopla, recolhido, com dossel, cordões e franjas de ouro e forro de arminho, o todo encimado pela Coroa do Império do Brasil. 


Brasões históricos:

Brasão de Sua Majestade Imperial e Fidelíssima o Imperador Dom Pedro I do Brasil e IV de Portugal e Algarves, Aquém e Além Mar, Defensor Perpétuo do Brasil e Duque de Bragança.

Armas Imperiais do Brasil, tendo 19 estrelas em orla. Ao redor do escudo a Banda da Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul. Sobre o escudo a Coroa Imperial de Dom Pedro I.


Armas de Sua Majestade Imperial o Imperador Dom Pedro II do Brasil, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil

Armas Imperiais do Brasil, tendo 20 estrelas em orla. Ao redor do escudo a Banda da Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul. Sobre o escudo a Coroa Diamantina.


Armas de Sua Majestade Imperial a Imperadora Titular Dona Isabel I do Brasil (uma Chefe de Estado de um Império é chamada de Imperadora; Imperatriz é a Consorte de um Imperador) Imperadora Constitucional de Ius e Defensora Perpétua do Brasil
Armas Imperiais do Brasil, tendo 20 estrelas em orla. Ao redor do escudo a Banda da Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul. Sobre o escudo a Coroa Diamantina.


Armas de Sua Majestade Imperial o Imperador Consorte Dom Luís I Gastão de Orléans, Conde d'Eu, Imperador Titular Consorte do Brasil

Armas plenas dos Orléans. Ao redor do escudo a Banda da Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul. Sobre o escudo a Coroa Diamantina.


Armas de Sua Majestade Imperial o Imperador Titular do Brasil Dom Pedro III Henrique de Orléans e Bragança, Imperador Constitucional de Ius e Defensor Perpétuo do Brasil, Chefe da Casa Imperial do Brasil, Príncipe do Sangue

Brasão composto pelas Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 23 estrelas de prata. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul. Sobre o escudo a Coroa Imperial do Brasil (Coroa Diamantina) 


PRÍNCIPES DINASTAS DA CASA IMPERIAL DO BRASIL

Brasão de Sua Alteza Imperial o Príncipe Dom Luís II Gastão de Orléans e Bragança, Chefe da casa Imperial do Brasil, Imperador de Ius e Defensor Perpétuo do Brasil, Príncipe do Sangue de França:

Brasão composto pelas Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 27 estrelas de prata. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul. Sobre o escudo a Coroa Imperial do Brasil (Coroa Diamantina) 


Brasão de Sua Alteza Imperial o Príncipe Dom Bertrand de Orléans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, Príncipe do Sangue:

Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 27 estrelas de prata, e por diferença, um lambel de prata de três pendentes. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a Coroa de Príncipe Imperial do Brasil.

 
Brasão de Armas de Sua Alteza Imperial o Príncipe Dom Antonio de Orléans e Bragança, Príncipe do Grão-Pará, Príncipe do Brasil, Príncipe do Sangue.

Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 27 estrelas de prata, e por diferença, um lambel de prata de três pendentes, carregados cada um com uma rosa florida de goles, abotada douro e folhada de sinopla (lambel do Príncipe do Grão-Pará). Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a Coroa de Príncipe do Brasil.


Brasão de Sua Alteza Imperial a Princesa Dona Cristine de Ligne, Princesa Consorte do Grão-Pará, Princesa do Brasil, Princesa de Ligne.

Armas partidas: no I as armas de seu esposo, o Príncipe do Grão-Pará. No II as armas de seu pai, o Príncipe de Ligne e do Sacro Império Romano-Germânico. Ao redor do escudo, o Colar da Grã-Cruz Efetiva da Imperial Ordem da Rosa. Sobre o escudo a Coroa de Princesa do Brasil.


Brasão de Sua Alteza o Príncipe Dom Rafael de Orléans e Bragança, Primeiro Infante do Império do Brasil (como filho mais velho supérstite dos Príncipes do Grão-Pará), Príncipe do Brasil, Príncipe do Sangue.

Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 27 estrelas de prata, e por diferença, um lambel de prata de três pendentes, tendo sobre o primeiro as Armas dos Ligne. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a Coroa de Príncipe do Brasil

Brasão de Sua Alteza a Princesa Dona Maria Gabriela de Orléans e Bragança, Princesa do Brasil

Armas: Um losango partido, no I de prata (para as armas de seu futuro esposo), no II com as armas de seu pai, o Príncipe do Grão-Pará. Sobre o escudo a Coroa de Princesa do Brasil



PRÍNCIPES NÃO DINASTAS DA CASA IMPERIAL DO BRASIL

Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Eudes de Orléans e Bragança, Príncipe do Sangue

Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 23 estrelas de prata, e por diferença, um crescente de ouro no cantão destro do chefe. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a coroa de Príncipe da Casa Imperial do Brasil.


Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança, Príncipe do Sangue


Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 23 estrelas de prata, e por diferença, uma merleta de ouro no cantão destro do chefe. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a coroa de Príncipe da Casa Imperial do Brasil.


Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Fernando de Orléans e Bragança, Príncipe do Sangue


Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 22 estrelas de prata, e por diferença, uma arruela de ouro no cantão destro do chefe. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a coroa de Príncipe da Casa Imperial do Brasil.


Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Francisco de Orléans e Bragança, Príncipe do Sangue



Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 23 estrelas de prata, e por diferença, uma rosa de ouro no cantão destro do chefe. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a coroa de Príncipe da Casa Imperial do Brasil.


Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Alberto de Orléans e Bragança, Príncipe do Sangue


Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 24 estrelas de prata, e por diferença, uma cruz bifurcada de ouro no cantão destro do chefe. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Ao redor do escudo a banda da Imperial Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil. Sobre o escudo a coroa de Príncipe da Casa Imperial do Brasil.


"Ramo de Petrópolis"

Brasão de Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Pedro de Orléans e Bragança, "Príncipe Titular de Orléans e Bragança" (ou "Príncipe de Orléans-Eu"), Príncipe do Sangue

Brasão das Armas Imperiais do Brasil, tendo em orla 20 estrelas de prata, e por diferença, um lambel de ouro de três pendentes. Sobre o abismo, um escudete com as Armas dos Duques de Orléans. Coroa de Príncipe de Sangue da França.


Armas de Sua Alteza o Príncipe Dom Pedro Tiago de Orléans e Bragança, Príncipe do Sangue. 

Armas de seu pai, tendo por diferença, um crescente de goles aplicada ao pendente central do lambel de ouro. 


Os textos e desenhos são de Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Don Andre III Prinz von Trivulzio-Galli, 14º Príncipe de Mesolcina e do Sacro Império Romano-Germânico. Chefe da Casa Principesca de Mesolcina.