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sexta-feira, 16 de março de 2012

Comendadorias Hereditárias


Como todos os Fiéis Leitores deste Blog de Cavalaria já sabem, a nossa Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém é dividida em uma série de jurisdições territoriais, que podem ser tanto nacionais como locais. Desta forma podem conviver em perfeita harmonia, tanto grandes jurisdições, como os Grão Priorados, que abrangem um país inteiro, como uma Comenda, que pode abranger apenas uma pequena cidade.

Uma das mais curiosas Circunscrições administrativas da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém é justamente a que abrange as chamadas Comendadorias Hereditária, que serão o ponto de nossa leitura de hoje.


As Comendadorias Hereditárias foram formadas a muitos anos atras, e tornaram-se mais comuns no século XVIII, quando para previnir que a Ordem de São Lázaro pudesse ser extinta, foram criadas numerosas Comendadorias Hereditárias pelos Grão Mestres da Ordem, abaixo de uma instrução dos Reis da França.

Uma Comendadoria Hereditária em tudo lembra um Priorado, exceto pelo tamanho e pela abrangência, e é claro, o ponto que mais diferencia é o da forma de Sucessão. A forma de Sucessão operante na Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, é, como todos sabem, o da Eleição, e esta forma é mantida dês da Eleição do Bem-Aventurado Blessed de Gerard, como I Grão Mestre no século XII.


Comendador Hereditário de Wallendof Investindo um Cavaleiro em Maastrich

A Forma de Secessão em uma Comendadoria Hereditária, ao contrário, é a própria Sucessão Hereditária, ou seja, após ser concedida uma Comendadoria para o Chefe de uma Família (quase sempre membro da Nobreza), a Chefia da Comendadoria passará após sua morte a seu filho homem mais velho, e assim sucessivamente até o fim dos tempos. Caso um Comendador Hereditário não tenha filhos, outro parente seu deverá assumir a Comendadoria de maneira também Hereditária.

O mais comum é que uma Comendadoria Hereditária possua como jurisdição uma pequena Cidade, uma Vila ou Aldeia, mas também é possível que sua abrangência seja reduzida a apenas um prédio, como um Castelo, Palácio ou Igreja.


Brasão da Comendadoria Hereditária de Wallendorf

Recomendo hoje a leitura do site da Comendadoria Hereditária de Wallendorf, na Alemanha. O link é este. 

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Os Cavaleiros da Milícia e do Hospital e sua Contribuição na Guerra dos Cem Anos

Lenepveu, Jeanne d'Arc au siège d'Orléans.jpg

Após a perda de Jerusalém para os infiéis liderados pelo Sultão Saladino em 1187, os valorosos Cavaleiros da Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro, também conhecidos como Cavaleiros da Milícia e do Hospital, mudaram sua Sede Magistral para a nova Capital do Reino de Jerusalém, São João d'Acre. Ai mantiveram sua Sede até o novo translado da Capital do Reino para a Ilha de Chipre, quando mudaram sua Sede Magistral para o Feudo de Boigny, doado pelo Rei Luís VII da França, dito O Piedoso.



Com o translado da Grande Magistratura para Boigny, onde a Ordem manteve sua Soberania Feudal até a Revolução Francesa, os Cavaleiros Lazaristas passaram a ocupar-se dos problemas pertinentes à Europa, principalmente os ligados ao Reino da França.

Uma série de disputas dinásticas abalaram às relações entre os Reinos da França e da Inglaterra, causadas pelo fato de que em 1066 Guilherme I, Duque da Bretanha, uma vasta região francesa, apoderou-se do Reino da Inglaterra, e ficou conhecido como Guilherme, O Conquistador. Por ser primeiramente o súdito do Rei da França, Guilherme e seus descendentes precisavam prestar uma série de homenagens ao Rei francês, para com isso, manterem seu domínio sob o Ducado da Bretanha.

Ficheiro:Adoubement1.jpg
O Rei Francês João II Ordenando Cavaleiros


A Guerra foi eminente quando os Reis da França e Inglaterra quebraram o Pacto de Vassalagem. Do lado do Rei da Inglaterra entraram na Guerra os Duques da Borgonha, e Bretanha e o Rei de Portugal. Do lado do Rei da França ficou o Papa, os Reis de Castela, da Escócia, de Aragão, de Navarra, da Bohêmia, os Príncipes de Hainaut e de Galli, os Duques de Gênova, de Luxemburgo, da Aquitânia, e os Condes de Flandres, de Aquitânia, e de Maiorca.

Ficheiro:BattleofSluys.jpeg

Como súditos da Igreja, os Cavaleiros de São Lázaro de Jerusalém, Acre e Boiny entraram na Guerra ao lado do Rei da França, para combater contra os ingleses. As principais Batalhas em que os Cavaleiros Lazaristas atuaram foram em Sluys (1340); Crécy (1346); Calais (1347); Poitiers (1356); Cocherel (1364); Azincourt (1415); Orléans (1429) e Jargeau (1429).

Lenepveu, Jeanne d'Arc au siège d'Orléans.jpg
Tomada da Cidade de Orlénas por Santa Joana d'Arc ao lado dos
Cavaleiros Lazaristas em 1429

De todas, a mais notável presença Lazarista deu-se na Batalha pela tomada de Orléans, em 1429, quando os Cavaleiros da Ordem de São Lázaro batalharam ao lado de Santa Joana d'Arc. Santa Joana d'Arc foi uma Dama (também chamada de "Cavaleira") da Sacra Ordem Dinástica, Equestre, Militar e Hospitalar da Milícia de Jesus Cristo e de Santa Maria Gloriosa. A Batalha foi dura, mas muito significava. Estima-se que cerca de 200 Cavaleiros Lazaristas perderam a vida no duro cerco e finalmente na tomada da Cidade.

O Rei Carlos VII à princípio duvidava da capacidade de Santa Joana d'Arc em tomar Orléans, por isso, enviou-lhe poucos soldados, porém a bravura de Joana d'Arc, e dos Cavaleiros Lazaristas que a acompanhavam, garantiu a vitória da Ordem Lazarista sob Orléans, e à França a vitória sob à Inglaterra.

A Guerra dos Cem anos terminou em 1453, exatos 116 anos após seu início.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Cavaleiros do Grão-Bailiado do Brasil entre 1935 a 1937




Sacra Ordem Dinástica, Equestre, Militar e Hospitalar da Milícia de Jesus Cristo e de Santa Maria Gloriosa

REGISTRO OFICIAL DOS CAVALEIROS
Ano de 1935

01/35 Sua Excelência Reverendíssima Conde Dom Francisco d'Aquino Correia, Arcebispo de Cuiabá.

02/35 Dr. Norberto Jorge.

Ano de 1936

03/36 Excelentíssimo Sr. General Getúlio Dornelles Vargas, Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil.

04/36 Excelentíssimo Dr. João Marques dos Reis, Ministro dos Transportes.

05/36 Excelentíssimo Dr. José C. de Macedo Soares, Deputado Federal.

06/36 Dr. Antonio Garcia de Medeiros Neto.

07/36 Dr. Pedro de Souza Costa.

08/36 Dr. Gustavo Capanema.

09/36 Dr. Fernando de Sales Oliveira.

10/36 Dr. Carlos Prado de Mendonça.

11/36 Dr. Machado Orgueuro Cecar.

12/36 Dr. Otaviano Cleber da Silva.

13/36 Dr. Julio de Sales Oliveira.

14/36 Dr. Guilherme Guinle.

15/36 Dr. Oracio Lafer.

16/36 Dr. João Maria de Lacerda.

17/36 Dr. João Cândido de Moura Campos.

18/36 Dr. René Barbosa.

Ano de 1937

19/37 Excelentíssimo Dr. José Carlos de Macedo Soares, Ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros.

20/37 Excelentíssimo Dr. José Maria Pimentel Brandão, Ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros.

21/37 Coronel Otelo Franco, Chefe da Casa Militar do Governador do Estado de São Paulo.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ritual de Consagração dos Cavaleiros no século XVIII


Passa quase que despercebido pelos Lazaristas de nosso tempo, os costumes e rituais de nossa Ordem no tempo em que era reunida com a de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Para tentar sanar esse fato, postarei algumas matérias com os antigos Rituais, usos e costumes que tínhamos, quando éramos a Real Hospitalária e Militar Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém.

Ritual de Profissão e Consagração dos Cavaleiros
junto a
Real Militar e Hospitalária Ordem de
Nossa Senhora do Monte Carmelo & de
São Lázaro de Jerusalém

Terminada a Missa o Eclesiástico que a havia presidido, vestindo a capa de asperges, benzia a Cruz e a Espada do novo Cavaleiro, aqui chamado de Noviço. Nesse ritual o noviço permanecia de joelhos.

Levantava-se então o noviço, que era então conduzido ao Grão Mestre, ou a seu representante, que pemanecia sentado em uma cadeira de espaldar. O Noviço então ajoelhava-se aos pés do Grão Mestre que iniciava o Ritual dizendo:

Grão Mestre: "Que pedis?"

Noviço: "Humildemente vos suplico admissão na Ordem de Cavalaria de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém".

Grão Mestre: "Só pode conceder-se essa Graça ao Mérito e à Nobreza: aos que estiverem dispostos a praticar as Obras de Misericórdia para com os pobres de Jesus Cristo, e a derramar seu sangue em defesa da Igreja Católica e em serviço d'El-Rei. Suficientes provas temos de que vos concorrem as boas partes e disposições requeridas. Estais disposto a empregar a vossa espada em defesa da Igreja, a Serviço do Rei, à Honra da Ordem e à proteção dos infelizes?"

Noviço: "Sim, Senhor, com a Ajuda de Deus."

Grão Mestre: "NA ORDEM REAL MILITAR E HOSPITALÁRIA DE NOSSA SENHORA DO MONTE CARMELO E DE SÃO LÁZARO DE JERUSALÉM VOS RECEBO, EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO."

Nessa hora o Grão Mestre fazia o Sinal da Cruz sobre o Noviço, também levantava-se, tirava a espada da bainha, e com ela lhe dois leves golpes, um no ombro direito, outro no esquerdo, enquanto isso dizia:

"Por Nossa Senhora do Monte Carmelo e por São Lázaro, vos faço Cavaleiro"

(Tinha também nessa hora o costume do Grão Mestre dar um leve tapa no rosto do Noviço, enquanto dizia "Isso é para que tu não te esqueças", porém esse costume foi perdido com o tempo.)

O Noviço, que a partir desse momento passa ser um Cavaleiro, permanecia de joelhos diante do Grão Mestre, e dele recebia a espada e lhe beijava a mão.

Grão Mestre: "Empregai essa espada segundo o espírito da Religião, e não segundo o impulso de vossas paixões. Lembrai-vos de que a ninguém deveis ferir injustamente. Cavaleiro! Doravante sede vigilante no Serviço de Deus e da Religião, obediente a vossos superiores, submisso às suas ordens, paciente às suas correções. As leis da Religião* em que haveis entrado vos obrigam à prática de todas as virtudes cristãs e morais em grau muito mais elevado do que o comum dos cristãos".


Nesse momento o Grão Mestre entregava a Cruz da Ordem ao Cavaleiro enquanto dizia:

Grão Mestre: "Eis a Cruz de nossa Ordem. Toda a vida a trareis em Nome da Santíssima Trindade, o Pai e Filho e Espírito Santo. Deve ela recordar-vos a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a incitar-vos à observância das Santas Regras e Estatutos da Religião. Adornada de Flores-de-Lis, aprendei nela a fidelidade no serviço do Rei, que por seu zelo e piedade tanto apoio e glória tem dado à nossa Ordem."

Então o Grão Mestre entregava ao novo Cavaleiro o Livro das Orações (Breviário, ou Liturgia das Horas) e o Estatuto da Ordem enquanto dizia:

Grão Mestre: "Também vos dou o Livro das Orações e Estatutos da nossa Ordem; nele estudareis os vossos deveres."

Nesse momento o Grão Mestre abria o Livro dos Evangelhos na passavem da Ressurreição de Lázaro, ou na do Paixão de Cristo, onde Cristo fava "Pedro, guarda a tua espada na bainha", e o Cavaleiro colocava a mão direita sobre o Livro, e realizava o seu JURAMENTO DE CAVALEIRO:

Cavaleiro: " Prometo a Deus Todo Poderoso, à Gloriosa Virgem Maria, Mãe de Deus, a São Lázaro e ao Grão Mestre, observar em toda a minha vida os Santos Mandamentos de Deus, e da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana: defender com grande zelo a Fé, quando me for ordenado por meus superiores.
Praticar caridade e Obras de Misericórdia com os pobres, especialmente os Leprosos, segundo as minhas possibilidades.
Guardar ao Rei inviolável fidelidade.
Dar perfeita obediência ao Grão Mestre.
Guardar durante a vida inteira castidade livre e conjugal.
Assim Deus me ajude, e estes Santos Evangelhos em que tenho as mãos."


O Grão Mestre abraçava então o Cavaleiro, que para isso se levantava, e logo em seguida novamente se ajoelhava

Grão Mestre: "Agora vos reconheço como Irmão e Cavaleiro de nossa Ordem, e nessa qualidade, como Defensor da Fé, Defensor fiel do Rei, protetor dos pobres, e submisso aos nossos regulamentos. Ide agradecer a Deus a Mercê que vos foi feita, e assinar a vossa profissão".

Nessa hora o Cavaleiro punha-se em pé, e era abraçado pelos demais Cavaleiros que estivessem presentes na Cerimônia, assinava a sua Profissão, e terminava o Ritual.     

*Nota: o termo Religião presente no texto do Ritual, não faz referência a fé religiosa, ou à igrejas, pois para a Ordem a única Fé é a Católica. Religião quer dizer Ordem de Cavalaria.    

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Cavaleiros Lazaristas entre 1830 a 1930


Até hoje serviu de argumento aos inimigos da Cruz Verde a continuidade dos Cavaleiros entre 1830 e 1910. Postarei hoje, aos Heróico-Leitores deste Blog de Cavalaria, uma lista, incompleta, dos Cavaleiros Ordenados pela Ordem entre 1830 a 1930.

Ano de 1830
  Augustin François de Silvestre

Ano de 1841
  O Conde de Kergolay
  O Conde Carlo Maria Ferdinando Galli della Loggia
  Cacheleur de Restignac

Ano de 1850
  Monsenhor Bahos (mais tarde Patriarca da Igreja Católica Greco-Melquita, sob o nome de CLEMENTE I)
  O Marquês Puy de Montbrun

Ano de 1853
  Almirante Ferdinando Alphonse Hamelin
  Almirante Louis Edouard Boüet Willaumez

Ano de 1863
  O Conde Louis François du Mesnil de Maricourt
  O Conde Paul de Poudenx
  Cônego Jean Tanki

Ano de 1864
  Monsenhor Dumai

Ano de 1865
  O Conde Jules Maria d'Alnselme de Puisaye

Ano de 1871
  Monsenhor Sabbagh

Ano de 1875
  O Visconde de Boisbaudry

Ano de 1896
  Sua Alteza Imperial o Príncipe Agustín de Itúrbide
  O Barão Yves de Constancin

Ano de 1909
  Paul Watrin

Ano de 1910
  Sua Beatitude O Patriarca CIRILO VIII Ghea
  Paul Bugnot
  General Maxime Weygand
  General Noel Marie de Curieres de Castelnau
  Almirante Marie Jean Lucien Lacaze
  Jean Paul Eyschens
  Alexandre Gallery de la Tremblaye

Ano de 1911
  Charles Otzenberger-Detaille
 
Ano de 1919
  Sua Beatitude o Patriarca DEMETRIOS I Cadi
  Cônego Pirracini
  O Marquês Eglise de Ferrier de Félix

Ano de 1921
  Rev. Dom José Luis Pablo Viladot y Sala
  Gerard de Collardin y Esser

Ano de 1926
  O Mui Reverendo Archimandrita Arsèsene Attié
  Sua Beatitude o Patriarca CIRILO IX Moghabghab

Ano de 1927
  Maurice Dreux
  Paul Bertrand

Ano de 1928
  Capitão Émile Bertrand
  Yvan Bouchard de la Posterie
  René du Rot
  Oliver Pompery de Couvreles
  O Mui Reverendo Archimandrita Demetrius de Ser Leo
  Jacques Watrin
  William Franklin Paris
  Rev. Joseph Stillemans
  Capitão Xavier Fournier de Bellevue
  Sir Charles Laudet
  Roger Bellot des Minières
  O Juiz Dr. Victor James Dowling
  Dr. William Dameron Guthiere
  Georege McDonolad

Ano de 1929
  O Cardeal Lienard, Bispo de Lille
  O Cardeal Hayes, Arcebispo de Nova York
  O Duque de Sevilha, mais tarde Príncipe Grão Mestre
  O Duque Clermont-Tonnerre
  O Marquês de Bellevue
  O Marquês de Migré
  Monsenhor Dom Dubowski, Bispo de Luck e Zytornec


sábado, 24 de setembro de 2011

HISTÓRICO DA ORDEM MILITAR E HOSPITAR DE N.S. DO CARMO E DE SÃO LÁZARO DE JERUSALÉM, BOIGNY E MESOLCINA

Aos meus heróico leitores proponho hoje o Histórico da Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, descrito pelo Conde Ivair Antonio Cantelli, dedicado membro da Delegação Brasileira das Ordens Dinásticas da Principesca e Ducal Casa de Mesolcina.


Histórico da Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina
Por Sua Excelência o Chanceler da Delegação Brasileira das Ordens Dinásticas da Casa Principesca de Mesolcina




Conforme afirmação de Belloy de Toulouse Pierre em seu livro “As Origens e Instituições das Diversas Ordens de Cavalaria, tanto as Eclesiásticas como as Leigas”, a origem da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jeruzalém data do ano 72, instituída para a defesa dos Cristãos, que após a morte de Jesus Cristo, foram perseguidos pelos saduceus, fariseus e pelos romanos. É certo também que, segundo São Gregório de Nazienze, na periferia de Cesaréia, existia um magnífico Hospital, tão grande que se assemelhava a uma cidade, cuja construção havia sido iniciada no ano 370 por São Basílio, que acolhia sem distinção todos os doentes e peregrinos, inclusive os que tinham adquirido Lepra.  Desta dedicação e fé de São Basílio foram construídos em muitas outras cidades, hospitais leprosários denominados de São Lázaro (irmão de Marta e Maria, que foi ressuscitado por Jesus Cristo).

  Maimbour em seu livro “História das Cruzadas” escreve sobre os Cavaleiros de São Lázaro e os Cavaleiros de São João de Jeruzalém (conhecidos como Cavaleiros de Malta) e afirma que os Cavaleiros de São Lázaro são os mais antigos Hospitalários que se estabeleceram na Palestina, informando também que os Cavaleiros de Malta tiveram sua origem nos Cavaleiros de São Lázaro.

Antes das Cruzadas, existia em Jeruzalém, fora dos muros da Cidade Santa, um Hospital para Leprosos colocado sob a proteção de São Lázaro e dirigido pela Jurisdição dos Patriarcas Greco-Melquitas de Jeruzalém.

O papel hospitalar da Ordem de São Lázaro era muito importante, pois além dos leprosos tratados, os cavaleiros de outras ordens de cavalaria acometidos de lepra deviam se recolher ao hospital de São Lázaro. No período das Cruzadas, com a necessidade de defender o hospital, levou os internados mais válidos e mais robustos a formar uma milícia com armas em mãos para se defender dos ataques dos sarracenos. A partir disto, a Ordem de São Lázaro assumiu também o caráter militar.

O Rei São Luiz, quando foi à Terra Santa nas Cruzadas, fez-se acompanhar dos Cavaleiros de São Lázaro, nas batalhas que tentaram bloquear a marcha muçulmana.

Durante a Guerra dos Cem Anos, muitos Cavaleiros de São Lázaro foram companheiros de batalha de Santa Joana D’Arc, no cerco da cidade de Orleans.

A Ordem de São Lázaro também lutou bravamente na batalha Naval de Lepanto, onde os muçulmanos pretendiam invadir a Europa para aniquilar o cristianismo, batalha esta que o Papa São Pio V dedicou a vitória a Nossa Senhora do Rosário.

No século XV a cruz latina usada na idade média, adquiriu a forma de uma cruz de oito pontas, conhecida como cruz de malta, tal como existe nos dias atuais.

A Ordem de São Lázaro formou uma frota de guerra que combatia os piratas no Atlântico e em 1667 fundou uma Academia da Marinha em Paris

Vários Papas escreveram Bulas Pontifícias para a Ordem de São Lázaro e pela Bula do Papa Clemente XIV em 1772, a Ordem de São Lázaro deixou seu caráter de ordem religiosa, tornando-se ordem leiga.


Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a Ordem de São Lázaro organizou um Corpo de Ambulâncias para as frentes de batalhas, formando um Corpo de Voluntários que rendeu grandes serviços humanitários durante os bombardeamentos. Nestas ações, muitos cavaleiros deram suas vidas, sendo que nesta guerra outros cavaleiros morreram em campos de concentração.

Em agosto de 1965, o Patriarca Greco Melquita Máximus IV, recebeu na cidade de Harissa, o Grão Chanceler da Ordem de São Lázaro, Coutant de Saissel, que veio especialmente à Terra Santa para abençoar a Bandeira da Ordem. Em outubro de 1965, esta mesma bandeira abençoada da Ordem de São Lázaro foi depositada sobre o túmulo do Santo Sepulcro e sobre o túmulo onde São Lázaro foi ressuscitado, na cidade de Betânia.

No decorrer da história ficaram reservados aos Cavaleiros de São Lázaro a ajuda aos hospitais, leprosários, no auxílio aos soldados feridos em guerras e na proteção dos Lugares Santos. Os Cavaleiros de São Lázaro sempre foram incorporados como Guardas do Corpo Real, tanto na guerra como na paz.

As festas da Ordem de São Lázaro eram sempre realizadas nos dias de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho) e no dia de São Lázaro (17 de dezembro), solenemente celebrada na Igreja de Saint Germain dês Pres, em Paris.

A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jeruzalém :
É uma ordem militar, pois no decurso de sua história, seus cavaleiros defenderam com armas nas mãos as terras cristãs;
É uma ordem hospitalar, uma vez que sua existência foi dedicada ao serviço dos doentes, dos enfermos e dos leprosos. Sua luta atual ainda é em prol da caridade;
É uma ordem nobilar, decorrente do fato de haver exercido uma soberania nas classes nobres;
È uma ordem cristã, ligada ao Catolicismo, e também com grande carinho pela Igreja do Oriente sob a proteção do Patriarca Católico Greco Melquita, com suas origens na Terra Santa;
É uma ordem internacional, pois no decorrer da história estabeleceu-se em diversos reinos e estados da cristandade, com seus membros pertencentes a diversos países.

Cruz heráldica da Ordem
           
No Brasil, conforme consta em Diário Oficial da União de 15 de maio de 1936, o Presidente Getúlio Vargas condecorou com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, uma comitiva da Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, reconhecendo nossa Ordem na Heráldica Nacional Brasileira. Em setembro de 1973 foi instituída uma delegação no Brasil, sob a chefia do Conde Jacek Pawel Zainiswick. Em 10 de julho de 1978, pelo Decreto Magistral No. 78/03, a delegação do Brasil foi elevada a Delegação Nacional, sob o Comando do Cavaleiro Grã Cruz da Categoria de Mérito Comendador Raymond Youssef Kenj, que possuía uma Comendadoria, em vida, na Ordem do Monte Carmelo e de São Lázaro, além de ser Cavaleiro da Grã-Cruz Draconiano da Ordem de São Teodoro Mártir.

Brasão de Armas do Comendador Raymond Youssef Kenj

Este grande Cavaleiro que foi Raymond Youssef Kenj sempre lutou para esclarecer que a única verdadeira Ordem continuadora do Lazarismo, para além da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, da Real Casa de Savoia, é a Ordem Religiosa-Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, da Principesca e Ducal Casa de Trivulzio-Galli de Mesolcina, deixando claro que não existe nenhum "grão-priorado do Brasil da Ordem Militar de São Lázaro de Jerusalém".

 O Comendador Kenj falecido no dia 03 de julho de 2009, sendo que dedicou sua vida em prol do crescimento e desenvolvimento das Ordens Dinásticas da Principesca e Ducal Casa de Trivulzio-Galli de Mesolcina no Brasil.

Após a morte do Comendador Kenj, o VIII Conde de Rubbiano tornou-se o principal referencial para o Lazarismo no Brasil.

Gostou da história da Ordem do Carmo e de São Lázaro no Brasil? Quer ser um Cavaleiro ou Dama? Escreva para o e-mail: ordinidinastici@gmail.com