Seguidores

Mostrando postagens com marcador Reflexões. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Reflexões. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 19 de junho de 2012

Ordem de São Lázaro de Jerusalém, Acre e Boigny

Aos Fiéis Leitores deste Blog de Cavalaria, gostaria de postar hoje uma matéria que visa o conhecimento histórico da Ordem do Hospital de São Lázaro. É comum nas Ordens de Cavalaria Cruzadas, que junte-se ao nome da Ordem os nomes das cidades onde esteve a Sede de seu Grão Magistério. Neste sentido, temos o valoroso exemplo de nossos irmãos Hospitalários de São João, que tem orgulho de usar o nome de sua Ordem como Ordem Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, Rodes e Malta; pois foi nestes locais que o seu Grande Magistério foi historicamente exercido.

Neste sentido, deveríamos seguir seu exemplo, e também chamar nossa Ordem juntamente com o nome das Cidades onde esteve seu Grande Magistério JERUSALÉM, SÃO JOÃO DE ACRE E BOIGNY.


A Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, Acre e Boigny.

JERUSALÉM
Como sabemos, a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro nasceu em um hospital de leprosos, extra murus na Cidade de Jerusalém. Tal Hospital, fundado por São Basílio por volta do ano de 370, permaneceu sob direção de Monges Armênios, sob o patrocínio dos Patriarcas Melquitas de Jerusalém, até o advento dos Príncipes Cristãos à Terra Santa, em 1096, quando a administração do Hospital de São Lázaro foi entregue ao Bem-Aventurado Blessed de Gerard, que em suas salas assumiu o posto de 1o Grão Mestre da Ordem de São Lázaro, e fundou a Ordem de São João, hoje dita Ordem de Malta.

Brasão d'Armas do Bem-Aventurado Grão Mestre Blessed de Gerard

 
Jerusalém foi Sede do Grão Magistério da Ordem, onde os Cavaleiros de São Lázaro mantinham-se como Soberanos do Hospital que lhes coube, juntamente com seus arredores. Tal soberania jamais foi contestada, tanto que o Hospital da Ordem de São Lázaro, possuía total autonomia administrariva da Cidade de Jerusalém.

Em Jerusalém o papel hospitalar da Ordem da Milícia e do Hospital era muito importante. Além dos leprosos tratados, os Cavaleiros de outras Ordens, acometidos pela lepra, juntavam-se a Ordem Lazarista. A necessidade de defender o Hospital, situado extra murus de Jerusalém, levou a Ordem a Militarizar-se cada vez mais, já que coube aos Cavaleiros mais fortes e robustos do Hospital, a formar uma Milícia armada, para defender os doentes tratados pela Ordem, contra as incursões dos mamelucos.

SÃO JOÃO DE ACRE
A Cidade de Jerusalém caiu em mãos pagãs em 1157, quando foi tomada por Saladino. Neste ponto a ação militar da Ordem de São Lázaro se revelou: abaixo das ordens do Rei de Jerusalém Guy I de Lusignan, participaram da captura da cidade de São João de Acre, que teve como início um cerco militar em 1189, que terminou com a vitória cristã em 1191.

São João de Acre era uma cidade portuária, a mais importante do Reino de Jerusalém. Segundo autores da época, a Cidade de Acre possuía uma receita financeira maior que todo o Reino da Inglaterra. Desta forma, podemos ter idéia da riqueza da cidade de Acre, que tornou-se a nova Capital do Reino de Jerusalém.


Vista de Acre

Foi em São João de Acre, que a Ordem exerceu com maior poder sua Soberania. Ai foi transferida a Sede de seu Grande Magistério, de maneira definitiva em 1191, quando era Grão Mestre o Frei Gerard de Montclar. Ai as atividades da Ordem de São Lázaro se modificaram: como não mais possuíam um Hospital para o tratamento de leprosos, a principal atividade da Ordem tornou-se a religiosa-militar. Abandonou-se o costume da incorporação de Cavaleiros leprosos ao seu séquito (isso em decorrência de Bulas Papais que o pediam), e passou-se a formar uma Milícia armada de primeira Ordem.

A Ordem tornou-se Soberana de metade da Cidade de São João de Acre, cabendo a outra metade ao Rei de Jerusalém. Foi nesta época que o papel militar da Ordem de São Lázaro tornou-se o grande baluarte cristão no Oriente Médio.


Fortaleza de São João de Acre

Os Cavaleiros de São Lázaro tomaram parte na Cruzada do Imperador Romano Frederico II em 1227. Ainda em 1224 batalharam contra os muçulmanos, naquela que ficou conhecida como a Batalha de Gaza. Abaixo do comando do Rei São Luís IX da França, os Lazaristas tomaram parte nas Batalhas de Damiette e de Monsourah, ambas em 1249. Nesta mesma época a Ordem de São Lázaro participou das investidas cristãs que bloquearam o avanço pagão.

O Grão Magistério da Ordem, exerceu-se em Acre entre os anos de 1191 a 1291, quando exatos cem anos após a tomada de Acre, a cidade é novamente perdida em mãos dos saracenos.

BOIGNY

Por volta de 1148 o Rei Luís VII da França vai a Jerusalém, onde conhece a Ordem dos Hospitalários de São Lázaro. Após lutar a seu lado, obtém a permissão do Grão Mestre, e retorna com 200 Cavaleiros Lazaristas para a França, em outubro de 1149. O objetivo dos 200 Cavaleiros Lazaristas na França era claro, propagar a Religião de São Lázaro (quando falamos em "Religião" estamos nos referindo a Ordem de Cavalaria, não à uma fé religiosa, pois para a Ordem a única Fé é a ligada ao Santo Padre o Papa), e o cuidado dos leprosos na França, que no século XII eram em grande número.


Castelo de Boigny, século XII.

Para abrigar os lazaristas, Luís VII, O Piedoso, doou o seu Castelo particular, situado em Boigny, perto da região de Orleans. Boigny era um importante centro para a Monarquia na França, lá haviam vivido Luís VI e Luís VII. Lá também Luís VII casou-se com a Princesa Constança, filha do Rei Alfonso VIII de Castela.


Em 1187 ocorreu a desastrosa perda da Cidade Santa de Jerusalém para os muçulmanos. Guy I, de Lusignan, Rei de Jerusalém, transfere a sede do Reino Latino de Jerusalém para a cidade de São João de Acre, e para lá transfere também as Sedes Magistrais das Ordens Cristãs, como a Ordem Hospitalar de São Lázaro, a Ordem Hospitalar de São João e a Ordem do Santo Sepulcro, entre outras. A Sede da Monarquia Latina de Jerusalém permanece em Acre até o ano de 1291, quando as ordas pagãs, após meses de cerco, tomam a cidade. O Rei Henri II de Lusignan, Rei de Jerusalém, transfere mais uma vez a Sede da Monarquia, mas desta vez para a ilha de Chipre, porém para lá não poderiam ir os Magistérios das Ordens Cristãs, que são enviados para a Europa.

Com a perda da fortaleza de Acre, e com a impossibilidade, por parte do rei Henri II de Lusignan, do estabelecimento das Ordens de Cavalaria em Chipre, a Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém parte para a Europa, onde espalha-se entre a França, Itália e Inglaterra. A Sede do Grão Magistério da Ordem seguiu para o Castelo de Boigny, doação do Rei Luís VII, O Piedoso, da França. 


Baixo-relevo do Rei Luís VII, O Piedoso
levando os Cavaleiros de São Lázaro para Boigny

A Lepra ainda era muito espalhada pela Europa, de modo que a Ordem de São Lázaro teve possibilidade de implantar uma grande rede de Hospitais para o cuidado de leprosos. A importância da Ordem era tanta, que o Papa CLEMENTE IV, confiou o cuidado de todos os leprosos da Europa para a Ordem de São Lázaro. Em 1368 Jacques des Besnes é Eleito Grão Mestre da Ordem, e daí por diante, passa toda sua vida em Boigny, e organiza o local para que se torne o coração da Ordem em todo o mundo. 

Em 1430 a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro passa por um processo de reafirmação de sua importância, no seio de uma sociedade extremamente perturbada. Em 1485 o XXIII Grão Mestre Jean le Cornu conduz o Capítulo Geral de Boigny.

As revoltas protestantes do século XVI causam a chamada "I Perda de Boigny", quando os protestantes calvinistas, sob o comando do confuso Príncipe de Condé, tomam o Castelo no ano de 1562. Após duras lutas os calvinistas são expulsos de Orlenas, e a Ordem retoma sua Sede Magistral em Boigny, tudo isso graças ao empenho pessoal do XXXI Grão Mestre François Salvati.
 
Brasão do Grão Mestre François III, Salvati

 
Na tentativa de evitar o interesse dos inimigos pela fortaleza, François III, Salvati, faz com que a valha muralha medieval seja removida, e o Castelo de Boigny adota uma aparência de Mansão de Campo. Em meio a uma grande confusão o Castelo foi saqueado, pondo termo aos trabalhos de restauração de Salvati, que desabita o prédio.

O Castelo de Boigny permaneceu desabitado por mais de um século, que o reduz a um estado deplorável. Em 1699 é assinado um tratado pela restauração do Castelo. Em abril do mesmo ano o Marquês Huget de Semoville propõe restaurar o Castelo com suas próprias rendas, o que é aceito pela Ordem com grande entusiasmo. Em 1700 o Castelo estava completamente restaurado, agora com características do novo estilo, torna-se uma Mansão neoclássica. 


Brasão d'Armas do Marquês de Semoville no Castelo de Boigny

A revolução francesa ameaça toda a Monarquia, e as Ordens de Cavalaria que dela dependem. Os revolucionários roubam o Castelo de Boiny e o vendem como "propriedade nacional", ocorrendo a chamada "II Perda de Boigny".

Em 1824 ocorre a Restauração da Monarquia, e com ela a Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém retoma Boigny. Luís XVIII, Rei da França e Grão Mestre da Ordem, esforça-se para espalhar novamente o Lazarismo pelo Reino. Após a morte de Luís XVIII, seu irmão o Rei Carlos X torna-se o Protetor da Ordem, porém prefere não Eleger outro Grão Mestre, e entrega a Administração da Ordem para o Conselho dos Cavaleiros, liderados por um Vigário Geral. 

Com o golpe de estado de Luís Philippe d'Orleans, o mesmo que durante a revolução votou pela morte do Rei Luís XVI, Henrique V, Rei da França vai para o exílio. O "novo rei" Luís Philippe (que vale-se lembrar foi 'Rei dos Franceses' e não Rei da França) esforçou-se ao máximo para extinguir a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém. Para evitar isso O Marquês de Autichamp, Vigário Geral da Ordem dês de 1824, põe a Ordem abaixo da Proteção dos Patriarcas da Igreja Católica Greco-Melquita, que foram os fundadores da Ordem no século IV. Em 1910, para dar novo impulso a Ordem, restaura a Chancelaria da Ordem junto ao Castelo de Boigny, que volta a ser o Coração da Ordem de São Lázaro.


Castelo de Boigny hoje

Com a Restauração do Grão Magistério sob a Casa de Bourbon, o Duque de Sevilha transfere a Sede Magistral para Madri, Capital do Reino da Espanha.

Por razões de praticidade, a atual Sede do Grão Magistério está na Cidade de Madri, mas isso é de fácil compreensão: Como a Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém está dês de 1291 sob a proteção da Real Casa da França, e sendo esta a Casa de Bourbon, o último Reino que a tem por Soberana é justamente o Reino da Espanha, e para manter-se abaixo de sua Real Proteção, achou-se mais conveniente manter-se na Capital de seu Reino.


Placa posta em 2007, que concede o título de "Comenda Magistral"

Para todos os efeitos históricos, O Castelo de Boigny mantém-se como a Sede Magistral da Ordem sendo chamado de "Comenda Magistral de Boigny", e seu velho Castelo é Sede da Comenda da Região francesa de Orlenas, além de ser Sede de Armorique, Normandia, Pays de Loire e de Touraine.


O Duque de Sevilha em companhia do Duque e da Duquesa de
Brissac em Boigny

Quem for conhecer a Cidade de Boigny, poderá ver na Igreja Paroquial da cidade, chamada de "Igreja Magistral" o Trono dos Grão Mestres da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém. Todos os anos é ralizada uma grande procissão de Cavaleiros da Milícia e do Hospital de São Lázaro, os "Cavaleiros da Cruz Verde" para rever a Sede Magistral de Boigny e para reatar a Ordem de São Lázaro às suas Raízes Históricas.   

Procissão dos Lazarista a Boigny em 2011
 
MAIS UMA VEZ: SOBERANA ORDEM MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO LÁZARO DE JERUSALÉM, ACRE E BOIGNY
 
Desta forma demonstramos a importância das três Sedes Magistrais de nossa Ordem de Cavalaria. Devemos ter orgulho de nosso passado sentenário, e demonstrar nosso orgulho chamando nossa Ordem pelo nome que verdadeiramente lhe cabe.
 
Vida longa a Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém, de Acre e de Boigny!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O que acontece com os Lazaristas?

ALERTA!!!!
O QUE ACONTECE COM OS LAZARISTAS?



Um intrigante fenômeno ronda a Ordem da Milícia e do Hospital: há proliferação de "ramos", "obediências" e "segmentos" abaixo da bandeira de São Lázaro de Jerusalém é verdadeiramente impressionante!

Analisem comigo, heróico leitores, é comum aos interessados em tomar parte em Ordens de Cavalaria, como a Ordem do Santo Sepulcro, a Ordem Teutônica, a Ordem de Cristo ou a Ordem de Malta, unirem-se a tais Ordens no amor pela Tradição e Continuidade, que são inerentes a todas estas Ordens e às demais aqui não citadas. Mas o que ocorre com os interessados em tomar parte na Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro, que ao invés de procurarem a Tradição e a Continuidade junto ao seu Grão Mestre, simplesmente "fundam" uma nova "obediência" da Ordem sem mais nem menos?



Qual o mistério que envolve esta, a mais antiga Ordem de Cavalaria da Cristandade, que muitos de seus "membros" são levados a criação de falsas "ordens" abaixo do manto negro de São Lázaro? Com um simples passeio pela internet os heróico leitores deste Blog de Cavalaria encontrarão um sem-número de sites com a mesma Cruz Verde que encabeça esta página. Cada um deles dizendo levar a voz da Tradição da Ordem ao Mundo, porém com a simples leitura destes mesmos sites, se poderá ver grandes diferenças, que aparentemente ficam escondidas abaixo da hábito de veludo negro.

Vejamos um pouco mais sobre cada um destes seguimentos lazaristas:

"Obediência de Malta"
Um pequeno grupo que opera principalmente no Sul da Itália e na Bélgica. Não possui um Grão Mestre, é governada pelo que chamam de "Vigário Geral", na verdade um bizarro duque italiano que não se conformou com a Reunião dos Ramos de Malta e de Paris em 2008. A este "ramo" da Ordem carece tudo: seguidores, legitimidade, reconhecimento e até mesmo o respeito de seus próprios membros.

"Obediência d'Orleans"
É com certeza o mais danoso grupo que opera abaixo do nome de São Lázaro. É governado por "grão mestres-fantoches", dos quais já foram um príncipe de Casa d'Orleans e um Conde parente do mesmo. Na verdade essas deprimentes figuras somente são mestres-fantoches nas mãos de Henry d'Orleans, Conde de Paris, que utiliza esse ramo da Ordem para ganhar dinheiro para seus sustento próprio e de seus "parentes próximos"

"Obediência dos Grandes Priores"
Grupo criado em 1995 na Inglaterra. Diferente dos 'ramos' anteriores, são um grupo verdadeiramente comprometidos com os ideais da caridade cristã. O fato que os separa dos Verdadeiros Lazaristas, é o de que não aceitam o Grande Magistério da Ordem, sendo governados por um conselho internacional de Grão-Priores, abaixo da chefia de um "Supremo Grão Prior".

"Priorados Independentes"
Não formam um 'ramo', nem sequer uma 'obediência' ou mesmo um seguimento lazarista, é apenas a ocorrência de um grupo de pessoas, que como em muitos casos das 'obediências' anteriores, não são Lazaristas legítimos, apenas utilizam o nome da Ordem de São Lázaro para fins de recriação, como se o nome da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém fosse um nome qualquer, que qualquer um pusesse utilizar ao bel-prazer.

A única Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém deve ser a portadora dos seguintes pré-requisitos:

Tradição;
Continuidade;
Grande Magistério e
Reconhecimento

Como fica óbvio, a única Ordem que reúne todos os pré-requisitos é a famosa Obediência de Malta-Sevilha, e é fácil de se compreender:

Dom Carlos Gereda de Bourbon, Marquês de Almanzán
Grão Mestre da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém


TRADIÇÃO
É a portadora da Tradição Lazarista, vinda dos Monges Armênios que fundaram a Ordem no século IV na Terra Santa, e passou aos Cruzados através do Bem-Aventurado Blessed de Gerard, chegando até os Reis da França, e deles aos Bourbon de Espanha, seus descendentes.

 

CONTINUIDADE
A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro continuou viva por todos esses séculos, e continuará viva até que seu último Cavaleiro esteja vivo sob a terra. Muitos alegam que a Ordem perdeu sua continuidade em 1831, alegando que fora dissolvida, porém devemos nos recordar que não basta o Comando da Ordem optar por sua dissolução, até que o último Cavaleiro da Ordem estiver vivo, este pode em caso de necessidade, e para evitar a extinção da Ordem, Ordenar ele mesmo novos Cavaleiros, como aconteceu com a Ordem de São Lázaro.


GRANDE MAGISTÉRIO
É impossível pensar-se em uma Ordem de Cavalaria sem seu líder supremo, seu Príncipe que a Governe em nome da Igreja e em Nome de Deus. Não basta a simples eleição de um Grão Mestre, é preciso que ele provenha de uma tradição de Grão Mestres que o procederam. Muitas pessoas confundem a pessoa do Grão Mestre com a Instituição que representa o Grande Magistério. Devemos nos lembrar que o Grande Magistério da Ordem de São Lázaro jamais foi interrompido, pois apesar de por alguns anos não serem Eleitos Grão Mestres, o Grande Magistério foi regido primeiramente por Vigários Gerais, e depois pelos Patriarcas da Igreja Greco-Melquita.


RECONHECIMENTO
As Ordens de Cavalaria sempre buscaram o reconhecimento das Nações onde operam. A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jerusalém (Malta-Sevilha) já obteve o reconhecimento por parte do Governo Brasileiro, Espanhol, da África do Sul, entre numerosos outros, sendo também reconhecida pela Igreja Católica no Rito Greco Melquita, e por numerosos Prelados Romanos.


Espero profundamente, que os próximos interessados em tornarem-se Cavaleiros de São Lázaro, juntem-se a Verdadeira Ordem da Milícia e do Hospital, e parem com essas imitações "bizarras e falsas" da nossa tão cara Ordem de Cavalaria. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia dos Finados



Caros amigos, Irmãos de Hábito, Heróico-Leitores, gostaria de hoje, dia em que a Santa Igreja nos lembra a memória dos seus fiéis falecidos, de propor a todos uma reflexão acerca dos grandes Cavaleiros de nossa Ordem, que apesar de já não estarem entre nós, representaram muito para a Ordem do Hospital em todo o Mundo.

Sem dúvidas, primeiramente devemos nos recordar dos primeiros Lazaristas, que estando na Terra Santa, fundaram nossa Ordem, baseada no amor aos que mais sofriam, e deram suas vidas à essa causa. Lembremo-nos do Bem-Aventurado Blessed de Gerard, I Príncipe e Grão-Mestre de nossa Ordem.



Lembremo-nos dos Cavaleiros que, revestidos tanto da Couraça da Coragem e do Heroísmo, quanto da Couraça de ferro da Cavalaria, lutaram nas Batalhas que nos garantiram a posse dos Santos Lugares em Jerusalém, Chipre e Armênia. Lembremo-nos dos Santos Cavaleiros Lazaristas, que a pesar de suas virtudes e coragem, não lembramos ou não sabemos o nome, e que tornaram-se "Santos, Mártires e Anônimos" em prol da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém.

Lembremo-nos de nossos falecidos Grão Mestres, que ao longos dos séculos, dedicaram suas vidas ao amor ao Lazarismo, e que deixaram mais do que obras, nos deixaram os exemplos de suas vidas.



Lembremo-nos dos Lazaristas que batalharam pela Ordem em nossa Pátria, como o falecido Grão Prior Raymond Youssef Kenj, Cavaleiro da Grã-Cruz da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém, falecido em 03 de julho de 2009, e que dês de 1978 esteve a frente de nosso Grão Priorado.

Memoramos as palavras do sábio Padre Antonio Vieira, em seus grandes Sermões:



"Duas coisas prega hoje a Igreja a todos os mortais: ambas grandes, ambas tristes, ambas tenebrosas, ambas certas. Mas uma de tal maneira certa e evidente, que não é necessário entendimento para a crer; outra de tal maneira certa e dificultosa, que nenhum entendimento basta para a alcançar. Uma é presente, outra futura; mas a futura vêem-na os olhos; a presente não a alcança o entendimento. E que duas coisas enigmáticas são estas? PULVIS ES, ET IN PULVEREM REVERTERIS. Sois pó e em pó vos haveis de converter. Sois pó é a presente; em pós vos haveis de converter, é a futura. O pó futuro, o pó em que vos haveis de converter , vêem-nos os olhos; o pó presente, o pó que somos, nem os olhos vêem, nem o entendimento o alcança."

Pe. Antonio Vieira
Sermão de Quarta-Feira de Cinzas
Pregado em Roma na igreja de Santo Antônio dos Portugueses,
no ano de 1672