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sábado, 20 de abril de 2013

A Função da Verdadeira Nobreza no Século XXI - 3ª Parte


 

Uma das séries mais elogiadas deste Blog de Cavalaria é a que trata justamente da função da Nobreza Hereditária em nossos dias. É necessária séria análise sobre o tema, uma vez que a Nobreza, embora deslocada de suas relevância social, mantém-se como uma classe social viva e ativa.

Como muito bem diz minha Mãe, nascida Marquesa e Princesa por casamento, “a Nobreza vem de berço, não é algo que se possa conquistar”, e isso é a primeira verdade a ser considerada sobre a Nobreza, esta é Hereditária, de modo que seus Membros nascem com responsabilidades inerentes a esta mui distinta Classe Social. São justamente essas responsabilidades que hoje constituem o chamado “Privilégio do Sangue Azul”.

Antes da Revolução Francesa o Privilégio do Sangue Azul realmente representava uma série de privilégios e deveres, porém após a Revolução os Privilégios foram retirados da Aristocracia, mantendo-se apenas os deveres. Um dos deveres da Nobreza é justamente o do combate à usura e ao enriquecimento ilícito.

Mas por que a Nobreza combate à usura? Esta pergunta muitas vezes é feita pelos burgueses, que não compreendem como a Nobreza não persegue o lucro, como eles mesmos o fazem. Eles não compreendem que para ser Nobre basta nascer Nobre, não sendo necessária a fortuna, como o é para o burguês e para os “Novos Ricos”.

Muitos creem no fato de que o Nobre, caso perca sua fortuna, deixará também de ser Nobre, mas isso é uma terrível inverdade. Um Barão ao Conde que perca toda a sua fortuna, e tenha que passar a viver em situação de penúria, tendo de viver com os frutos de um trabalho duro, ou até mesmo humilhante, continuará a ser um Barão ou Conde, e mais que isso, passará os seus títulos e direitos aos seus filhos, assim como o recebeu de seus pais, mesmo que estes tenham que viver do fruto de seu trabalho, para manterem-se.

Como muito bem salientou o Papa Bento XV ao término da I Guerra Mundial “há um outro Sacerdócio semelhante ao Sacerdócio da Igreja: o da Nobreza”.
Realmente a Missão da Nobreza é muito semelhante ao da Igreja, uma vez que o Nobre é por excelência voltado para a sua missão na esfera temporal, como o Clero incumbe sê-lo na ordem espiritual.

CONTINUA...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A Função da Verdadeira Nobreza no Século XXI, 2ª Parte


A Função da Verdadeira Nobreza no Século XXI
2ª Parte 
por Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Andre III Trivulzio-Galli, 14º Príncipe de Mesolcina, de Mesocco, de Trivulzio-Galli e do Sacro Império Romano-Germânico.

Nesta segunda parte desta análise sobre a função da Nobreza de Sangue em nossos dias, iniciarei dês de logo fazendo uma pergunta muito simples: Mas afinal, o que difere um Nobre de um não-Nobre?

Muito diriam, e com toda a razão, "é o sangue". Realmente esta resposta está correta, porém não está completa. O sangue Nobre é sim fundamental para a existência de uma classe social distinta e hereditária, como é a Nobreza, porém não é apenas o Sangue-Azul, é este somado a VIRTUDE.

Mas afinal, o que vem a ser a 'Virtude da Nobreza'? A Virtude, tipicamente Nobre, é um conjunto de valores sociais e humanos, que devem diferenciar os Nobres, dos que não o sejam. Não que os que não possuam Nobreza não possam ser pessoas virtuosas, é claro que podem, e diria ainda mais, deve ser pessoas virtuosas. Mas nisto está a diferença destes para com os Nobres, as pessoas comuns podem ser virtuosas, os Nobres devem ser virtuosos. Os primeiros têm a opção de sê-los. Os segundos, devem o ser por obrigação.

A Virtude da Nobreza deve ser uma coragem natural, que anima o corpo físico do Nobre, e que o faz, mesmo quando está com medo, somente demonstrar coragem e ousadia para quem o cerca. É esta coragem, quase que sobrenatural, que animou por dois séculos os Nobres da Europa, e abandonar seus lares e suas famílias, e ir perder a vida em defesa da Santa Igreja Católica, lutando contra os mouros nas Cruzadas.

É esta mesma força de espírito, que animava os Nobres da Idade Média. Muitas vezes, por descuidos da vida, somos levados a praticar contravenções à lei vigente. Durante a Idade Média, algumas destas contravenções levavam o praticante à execução pública. Realmente haviam dois tipos de execução: os plebeus eram executados pela forca; os Nobres, eram decapitados com o machado. Muitas pessoas questionam o motivo, de não serem todos executados como os Nobres. Porém esta pergunta tem uma simples resposta: é que para a decapitação com o machado ser bem sucedida, era imprescindívem que o condenado se mantivesse firme, tranquilo, sem se movimentar, para que o carrasco não errasse o golpe. Tal tranquilidade somente poderia se encontrar entre os Nobres, portadores da Virtude da Nobreza.

Como muito bem nos diz São Carlos Borromeo: "Por fim, o último benefício a se considerar na Nobreza é que, assim como a pedra preciosa refulge mais quando engastada em ouro do que em ferro, assim as mesmas Virtudes são mais esplendorosas no Nobre que no plebeu; e à Virtude junta-se à Nobreza como o maior ornamento dela."
CONTINUA...    

domingo, 13 de janeiro de 2013

A Função da Verdadeira Nobreza no século XXI, 1ª Parte


A Função da Verdadeira Nobreza no Século XXI
por Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Andre Trivulzio-Galli, Príncipe de Mesocco,  Príncipe Hereditário de Mesolcina, Príncipe do Sacro Império Romano-Germânico.



Muitas vezes somos levados a questionarmos: "Qual a função a Nobreza de Sangue, em uma sociedade globalizada e capitalista, como a do século XXI ?" "Será que em nossos dias, os Nobres ainda têm uma 'utilidade social' ?"

Verdadeiramente, a função da Nobreza é uma função sagrada, que não deve ser comparada com a atividade da burguesia, ou das classes dominantes em nossas repúblicas modernas.

A função da Nobreza é a de ser o verdadeiro pilar de sustentação moral da sociedade, sem o qual, a sociedade desanda em um mar de corrupção. São Carlos Borromeo, exemplo de nobre dos séculos passados, que apesar de ser filho de Gilberto II Borromeo, rico Conde de Arona, que deixou o mundo de luxo e riquezas da Nobreza da época, para servir a Deus.

São Carlos I Borromeo tornou-se Arcebispo de Milão em 1560, mesmo ano em que foi feito Cardeal pelo Papa PIO IV, seu tio materno. Os sermões de São Carlos Borromeo, dedicados muitas vezes à Nobreza, lhe valeram muitas honras, como a de ser feito Cavaleiro da Insigne Ordem Trivulziana de São Miguel Arcanjo, sendo contado entre os Cavaleiros que recebeu o Colar de Número 10 (vale-se lembrar que esta Ordem somente admite 20 Cavaleiros, cada um recebendo um Colar numerado, de 01 a 20).

Nos dias de hoje, muitas vezes as famílias Nobres encontram-se sem posses econômicas, muitas até levadas à falência econômica total, porém isto não deve servir de desculpas para a Nobre abandonar suas obrigações com a Nobreza, e com a própria sociedade, que muitas vezes nega-lhe a própria existência como Nobre.

"Antes de tudo, o esplendor do Sangue, a virtude dos antepassados e os feitos famosos predispõem de modo maravilhoso o varão nobre a marchar sobre as pegadas daqueles de quem ele descende" (1).

Por mais que a sociedade contemporânea, capitalista e cética, negue a existência da Classe Nobre, é dever desta deixar sempre claro a sua existência, mas como fazer isto?

"Uma elite? Vós (os Nobres) bem o podeis ser. Tende atrás de vós todo um passado de tradições seculares, que representam valores fundamentais para a sadia vida de um povo. Entre estas tradições, das quais o justo título vos ufanais , contais em primeiro lugar a religiosidade, a Fé Católica viva e operante" (2).

É sempre o dever da Nobreza, embora muitas vezes empobrecida materialmente, ser o farol da sociedade em que vive. Deve o Nobre, em pleno século XXI, ser uma fonte de moral e de lealdade à Igreja Católica, sem a qual não há verdadeira Nobreza. 


São Carlos Borromeo prega junto à Nobreza.

Em tempos atuais, todos os trabalhos, que não ofendam a moral e os bons costumes, são tidos como dignos, logo, podem ser operados por Nobres e por descendentes da Nobreza. Embora não seria de todo operacional, que os Nobres busquem ser reconhecidos como tal, em seus ambientes de trabalho, estes mesmos Nobres devem demonstrar ser o que são, realizando seu trabalho com o máximo de honestidade e boa conduta, assim, logo serão reconhecidos espontaneamente pelos colegas de trabalho, e mesmo pelos patrões.

Porém a Nobreza não deve buscar apenas o lucro, deve antes buscar ganhar tesouros junto a Deus, pois "A Nobreza que viva para o lucro e não para a Fé, sem ideais católicos, aburguesada, é um cadáver de Nobreza!" (1).

Notas:
(1) São Carlos Borromeo, sermão de 08 de setembro de 1584.
(2) Papa PIO XII, Alocuções ao Patriciado e a Nobreza de Roma. 

CONTINUA...